23 julho 2023

Se não ou senão? Quando usar um ou outro?






As expressões "se não" e "senão" são utilizadas na língua portuguesa, mas possuem significados distintos e devem ser aplicadas de forma adequada em diferentes contextos. Vamos entender a diferença entre elas:

  1. "Se não" (separado): É uma conjunção condicional composta pela conjunção "se" e pelo advérbio de negação "não". Indica uma condição ou hipótese negativa, ou seja, algo que acontecerá apenas se uma condição não for atendida. Pode ser substituído por "caso não" ou "a menos que não".

Exemplos:

  • Se não chover, iremos ao parque. (Nesse caso, a ida ao parque só ocorrerá se não chover.)
  • Estude bastante, se não quiser ficar de recuperação. (Estudar bastante é uma condição para evitar a recuperação.)
  1. "Senão" (junto e com acento circunflexo): Essa palavra tem diversos significados e utilizações:

    a) Substantivo: Refere-se a um defeito, falta ou qualidade negativa de algo ou alguém. Também pode indicar o conjunto de coisas diferentes, uma diversidade.

    Exemplos:

    • O senão daquela receita é o excesso de sal. (O defeito ou problema da receita é o sal em excesso.)
    • A cidade é bonita, mas o senão é o trânsito. (A qualidade negativa da cidade é o trânsito.)

    b) Conjunto adverbial: Nesse caso, "senão" é utilizado com o sentido de "mas sim" ou "exceto".

    Exemplo:

    • Ela não fez nada, senão reclamar. (Ela não fez outra coisa além de reclamar.)

    c) Conjunção alternativa: Equivale a "caso contrário" ou "de outra forma", sendo usado para apresentar uma alternativa em oposição a algo dito anteriormente.

    Exemplo:

    • Faça o que eu digo, senão terá problemas. (Caso contrário, você terá problemas.)

Resumindo, "se não" é utilizado quando se quer expressar uma condição negativa, enquanto "senão" é empregado para indicar um defeito, uma alternativa ou um conjunto adverbial. É essencial prestar atenção ao contexto em que essas expressões são aplicadas para evitar erros de uso na escrita e na fala.

O Uso do "Mais" e "Mas" na Língua Portuguesa

Mas ou Mas?



A língua portuguesa é rica em nuances e possui diversas palavras que podem causar confusão, especialmente para os falantes não nativos. Duas dessas palavras são "mais" e "mas", que frequentemente geram dúvidas quanto ao seu uso correto. Ambas possuem sonoridade semelhante, mas têm significados e funções distintas. Neste artigo, exploraremos as diferenças entre "mais" e "mas" e forneceremos exemplos para facilitar a compreensão.

"Mais":

A palavra "mais" é classificada como um advérbio de intensidade, indicando uma quantidade maior, acréscimo ou adição. Além disso, pode ser empregada como conjunção aditiva em algumas situações. Vamos examinar os principais usos de "mais":

  1. Advérbio de intensidade:
    Exemplo 1: Maria é mais alta do que Pedro.
    Exemplo 2: João estudou mais que seus colegas para a prova.

  2. Advérbio de quantidade:
    Exemplo 1: Há mais pessoas no parque hoje.
    Exemplo 2: Gostaria de receber mais informações sobre o produto.

  3. Conjunção aditiva:
    Exemplo 1: Comprei pão, queijo mais presunto para o lanche.
    Exemplo 2: Ela é dedicada, mais inteligente.

"Mas":

A palavra "mas" é uma conjunção adversativa e é utilizada para estabelecer uma oposição, contraste ou restrição entre duas orações ou termos. Vejamos como "mas" é empregada:

  1. Conjunção adversativa:
    Exemplo 1: Ele estudou bastante, mas não conseguiu passar na prova.
    Exemplo 2: O tempo estava chuvoso, mas fomos ao parque mesmo assim.

É importante destacar que a correta utilização de "mais" e "mas" influencia diretamente o sentido das frases. Por isso, é crucial entender as suas diferenças e aplicá-las adequadamente.

Dicas para evitar confusões:

  1. Preste atenção ao contexto: Entender o contexto da frase pode ajudar a identificar se você deve usar "mais" ou "mas". Procure identificar se há uma ideia de adição, intensidade ou oposição.

  2. Substitua as palavras: Em alguns casos, é possível substituir "mais" por "acréscimo" ou "adicionar", e "mas" por "porém" ou "contudo" para verificar se a frase mantém o sentido desejado.

  3. Pratique a escrita e a leitura: Quanto mais você se familiarizar com as palavras "mais" e "mas" na prática, menos propenso estará a cometer erros.

Em conclusão, o uso correto de "mais" e "mas" é fundamental para a clareza e a coerência da comunicação escrita ou falada em português. Lembre-se de que "mais" expressa quantidade, intensidade ou adição, enquanto "mas" estabelece uma oposição ou contraste entre elementos. Com dedicação e prática, é possível aprimorar o domínio dessas palavras e utilizá-las adequadamente em seus textos.


Produzido por: Washington Luiz, formado em Letras e respectivas literaturas e graduado em Pedagogia e pós-graduado em Metodologia de Língua Inglesa.

20 julho 2023

O Mito: Uma Análise Multifacetada de sua Natureza, Significado e Impacto na Cultura Humana


Título: O Mito: Uma Análise Multifacetada de sua Natureza, Significado e Impacto na Cultura Humana

Resumo:
Este artigo científico propõe uma análise abrangente do conceito de mito, explorando suas várias dimensões, origens culturais e implicações na sociedade humana. Com base em uma revisão extensiva da literatura, este estudo aborda a natureza do mito como narrativa simbólica, sua função no desenvolvimento cultural e sua relevância contemporânea. Além disso, examina o papel do mito na formação da identidade coletiva e sua influência nas crenças e comportamentos humanos ao longo do tempo.

1. Introdução

O mito é um fenômeno cultural intrínseco à experiência humana desde tempos imemoriais. Com uma presença significativa nas sociedades antigas e contemporâneas, o mito representa uma forma de expressão que ultrapassa as fronteiras do espaço e do tempo. Neste artigo, mergulhamos nas profundezas do mito, buscando compreender suas raízes históricas, sua funcionalidade e a influência contínua que exerce em nossas vidas.

2. Definindo Mito: Uma Narrativa Simbólica

Primeiramente, abordamos a definição de mito como uma narrativa simbólica que transmite conhecimento, valores, crenças e significados culturais. Exploramos a estrutura comum dos mitos, suas características e a forma como essas histórias são transmitidas oralmente ou por meio da escrita. Além disso, discutimos a natureza da mitologia como uma fonte de respostas para questões fundamentais da existência humana.

3. As Funções dos Mitos nas Sociedades Humanas

Nesta seção, investigamos as diversas funções que o mito desempenha em sociedades passadas e presentes. Examinamos como os mitos moldaram as práticas religiosas, forneceram explicações sobre a origem do universo e da humanidade, e serviram como instrumento para reforçar a coesão social e a identidade cultural.

4. A Psicologia do Mito: O Inconsciente Coletivo

Aqui, aprofundamo-nos na psicologia do mito, explorando as teorias de Carl Gustav Jung sobre o inconsciente coletivo. Discutimos como certos arquétipos e temas recorrentes presentes nos mitos refletem aspectos universais da psique humana e como esses padrões influenciam nossa visão de mundo e comportamento.

5. A Relevância do Mito na Sociedade Contemporânea

Nesta seção, investigamos a persistência do mito na cultura contemporânea. Examinamos como os mitos ainda exercem influência na literatura, cinema, música e outras formas de arte, além de como eles são usados na publicidade e na política para moldar as opiniões públicas.

6. O Mito e a Construção da Identidade Coletiva

Aqui, discutimos a importância dos mitos na formação da identidade coletiva de grupos sociais e nações. Exploramos como os mitos fundadores e heróicos moldaram as narrativas históricas e culturais de diversas civilizações e como essas histórias ajudam a construir uma sensação de pertencimento e continuidade cultural.

7. O Mito e sua Influência nas Crenças e Comportamentos Humanos

Nesta seção, analisamos como os mitos podem afetar as crenças individuais e coletivas, assim como o comportamento humano. Investigamos como os mitos podem moldar a moralidade, a ética, a política e até mesmo influenciar eventos históricos significativos.

8. Conclusão

Por fim, este artigo oferece uma síntese das principais descobertas, destacando a relevância contínua do mito na cultura humana. Concluímos que o mito é mais do que apenas histórias antigas; é uma força dinâmica que transcende o tempo e continua a moldar a humanidade em seus mais profundos níveis de compreensão e identidade.

Referências bibliográficas

  1. Campbell, J. (1949). O Herói de Mil Faces. Cultrix.

  2. Eliade, M. (1959). O Mito do Eterno Retorno: Arquétipos e Repetição. Mercúrio.

  3. Jung, C. G. (1959). O Homem e seus Símbolos. Nova Fronteira.

  4. Levi-Strauss, C. (1970). O Pensamento Selvagem. Editora Nacional.

  5. Malinowski, B. (1948). Mitologia: Seus Significados e Funções no Pensamento e na Cultura. Zahar.

  6. Frazer, J. G. (1922). O Ramo de Ouro: Estudo sobre a Magia e a Religião. Editora Unesp.

  7. Lévi-Strauss, C. (1976). O Cru e o Cozido. Cosac Naify.

  8. Propp, V. (2010). Morfologia do Conto. Martins Fontes.

  9. Campbell, J. (1991). As Transformações do Mito através do Tempo. Palas Athena.

  10. Assmann, J. (2001). O Culto dos Mortos no Antigo Egito. Edições 70.

Produzido por: Washington Luiz, formado em Letras e respectivas literaturas e graduado em Pedagogia e pós-graduado em Metodologia de Língua Inglesa.

Resenha Crítica do livro Vidas Secas de Graciliano Ramos



"Vidas Secas", escrito por Graciliano Ramos, é um dos marcos da literatura brasileira do século XX. Publicado em 1938, o livro retrata de forma intensa e crua a realidade da vida de uma família de retirantes nordestinos durante a seca no sertão brasileiro.

A obra apresenta uma narrativa árida e sem concessões, refletindo a dureza e a adversidade enfrentadas pelos personagens. O livro é composto por uma série de episódios que retratam a busca constante por sobrevivência da família de Fabiano, composta por ele, sua esposa Sinhá Vitória, seus dois filhos e a cachorra Baleia.

Um dos aspectos mais notáveis de "Vidas Secas" é a maneira como Graciliano Ramos descreve a condição humana dos personagens. Fabiano, o protagonista, é retratado como um homem rude e limitado, que luta diariamente para suprir as necessidades básicas de sua família. Através de sua história, o autor aborda temas como a pobreza, a fome, a ignorância e a opressão social, revelando a condição miserável em que vivem os retirantes nordestinos.

Além disso, a linguagem utilizada por Graciliano Ramos é seca e direta, condizente com a aridez do cenário em que se passa a história. A economia de palavras contribui para a intensificação da atmosfera opressiva e desoladora que permeia o livro. O autor utiliza poucos adjetivos e evita floreios linguísticos, transmitindo ao leitor a sensação de sufocamento e angústia que os personagens vivenciam.

Outro elemento que merece destaque é a presença marcante da natureza árida do sertão nordestino como pano de fundo. A seca é retratada como uma força implacável que assola a região, trazendo miséria e morte. As descrições detalhadas do ambiente contribuem para a construção da atmosfera desoladora e ajudam a compreender a luta diária pela sobrevivência enfrentada pelos personagens.

Apesar de ser uma obra de ficção, "Vidas Secas" possui uma forte carga social e política. Graciliano Ramos denuncia as condições de vida desumanas impostas aos mais pobres e revela as injustiças sociais presentes na sociedade brasileira. O livro é um retrato contundente da desigualdade e do abandono a que são submetidas as populações marginalizadas.

No entanto, é importante ressaltar que "Vidas Secas" não é apenas uma obra de denúncia social, mas também uma profunda reflexão sobre a existência humana. Ao retratar a luta desesperada pela sobrevivência, Graciliano Ramos expõe a fragilidade e a solidão do ser humano diante de um ambiente hostil.

Em suma, "Vidas Secas" é um livro impactante e de extrema relevância na literatura brasileira. Através de uma linguagem direta e concisa, Graciliano Ramos retrata de forma realista a dura realidade da vida no sertão nordestino. Sua crítica social e sua reflexão sobre a condição humana tornam a obra atemporal, provocando uma profunda reflexão sobre as desigualdades e as adversidades enfrentadas pela população mais vulnerável.


Produzido por: Washington Luiz, formado em Letras e respectivas literaturas e graduado em Pedagogia e pós-graduado em Metodologia de Língua Inglesa.