09 junho 2021

Bloco de atividades: Contos Populares aulas remotas


LÍNGUA PORTUGUESA - 1ª, 2ª E 3ª AULA – CONTOS POPULARES

 

Neste bloco estudaremos sobre contos populares e para vocês compreenderem melhor os textos apresentados aqui, faremos um breve relato sobre esse gênero e suas características.

A palavra conto deriva do termo latino computus, que significa “conta”. O conceito faz referência a uma narrativa breve e fictícia. A sua especificidade não pode ser fixada com exatidão, pelo que a diferença entre um conto extenso e uma novela é difícil de determinar.

Um conto apresenta um grupo reduzido de personagens e um argumento não demasiado complexo, uma vez que entre as suas características aparece a economia de recursos narrativos.

É possível distinguir entre dois grandes tipos de contos: o conto popular e o conto literário.

O conto popular tende a estar associado às narrativas tradicionais que são transmitidas de geração em geração, oralmente (de “boca em boca”). Podem existir várias versões de um mesmo relato, tendo em conta que há contos que conservam uma estrutura semelhante embora com diferentes detalhes.

O conto literário, por sua vez, está associado ao conto moderno. Trata-se de relatos concebidos por escrito e transmitidos da mesma forma. Apesar de a maioria dos contos populares não apresentarem um autor diferenciado, o caso dos contos literários é diferente, já que o seu criador costuma ser conhecido.

Todo conto precisa possuir um narrador, ele é o responsável por apresentar os fatos. Esse tipo de gênero textual teve origem na tradição que se tinha de contar histórias verbalmente, onde os pais escutavam-nas de seus pais e as transmitiam aos seus filhos.

Entre os contos escritos na língua de Camões, destaca-se A Gravura (de Irene Lisboa), que faz parte das histórias sobre os “Sonhos in «Uma Mão Cheia de Nada Outra de Cousa Nenhuma”, Porto, Livraria Figueirinhas, s/d.

Os contos eram usados para relatar histórias fantasiosas ou folclóricas, por exemplo. Por muito tempo foi assim, devido a isso o conceito ficou relacionado a esses temas por um certo período. Mas quando novas técnicas e estilos de escrita foram adotadas, o termo se tornou mais abrangente.

Uma das características do conto é que ele possui um enredo único, geralmente focando apenas em uma situação. E um conto também é simples de ser interpretado, ao contrário de outros gêneros textuais. Nele também as histórias costumam se desenrolar em um espaço de tempo mais curto.

O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora menciona que a palavra conto também se pode referir ao relato indiscreto de um sucesso, à narração de um sucesso falso ou a um engano. Por outras palavras, uma mentira, uma peta ou ainda um boato. Por exemplo: “O Pedro veio com o conto (a história) que não consegue arranjar um emprego”.

A frase “Conto da Carochinha” é usada no Brasil para quando uma pessoa está contando uma mentira. 

Para começar vamos fazer a leitura com bastante atenção do texto a seguir.


Atividades das aulas 1, 2 e 3

OS DOIS PAPUDOS

Ruth Guimarães

        Vivia numa povoação um alegre papudo, estimado de todos, muito folgazão e boêmio. Não o impedia o papo de soltar grandes risadas. Pouco se lhe dava que o achassem feio, ou o chamassem de papudo. A verdade é que o tal papo o incomodava, mas o que não tem remédio remediado está, filosofava ele. E vamos tocar viola, e vamos amanhecer nos fandangos, viva a alegria, minha gente, que se vive uma vez só.

        Certo dia, foi ao povoado vizinho, a uma festa de casamento, levando embaixo do braço a inseparável viola. Demorou mais que de costume, bebeu uns tragos a mais, porém não deixou de voltar para casa, pois era tão trabalhador quanto festeiro, e tinha que pegar no serviço no outro dia bem cedo.

Havia luar. Num grande estirão avistava a estrada larga, as touceiras de mato. Passava o gambá por perto dele, e o tatu, roncando, e voava baixo, silenciosamente, a corujinha campeira. O papudo não sentia medo. Andava em paz com Deus e com os homens. Os animais, que adivinham nele um homem de coração compassivo, também não tinham medo dele.

       De repente, ao virar numa curva, viu embaixo da figueira-brava, ramalhuda, uma roda de anões cantando. Todos com capuzes vermelhos, cachimbo com a brasa luzindo, a barba branca comprida, descendo até a altura do peito.

        -- O que será aquilo?

       Por um instante teve algum temor. Mas era tarde para fugir. Os foliões já o tinham visto. E, se tratava de festa, isto era com ele. Saltou decidido para o meio da roda, empunhando a viola.

       -- Eu também sei cantar.

       Enquanto pinicava as cordas, prestava atenção às palavras dos dançarinos. Eles entoavam:

      Segunda, terça

      Quarta, quinta...

      E tornavam ao começo:

      Segunda, terça

      Quarta, quinta...

      E assim sempre [...]. Acostumado aos desafios, a improvisar, o papudo esperou a sua deixa. Assim que os anões começaram:

      Segunda, terça

      Quarta, quinta...

      Ele emendou:

      Sexta, sábado

      Domingo também.

      A roda pegou fogo. Os pequenos duendes barbudos gostaram da novidade. Rodopiavam cantando numa animação delirante, e foi assim a noite toda. E o papudo tocando e dançando.

      De madrugada, ao primeiro cantar do galo, a roda se desfez. O mais velho deles, e que parecia o chefe, perguntou-lhe:

-- Que é que você quer, em paga de ter tocado para nós?

-- Eu até que me diverti com esta festa - replicou o papudo.

  -- Mas peça qualquer coisa.

  -- Posso pedir seja o que for?

  -- Pode.

  -- Eu queria - disse ele, meio hesitante - queria me ver livre deste papo, que me incomoda muito.

    Um anãozinho agarrou o papo com as duas mãos, subiu pelo peito do papudo, firmou bem os pés, deu um arrancão.

      O papudo fechou os olhos.

      -- Agora eles me matam.

      De repente sentiu o pescoço leve. Abriu os olhos. Os anõezinhos tinham sumido. Não ouviu mais nada. Meio cinzento, despontava o dia.

       "Sonhei", pensou ele. "Bebi demais naquele casamento."

       Passou a mão pelo pescoço, estava liso, sem excrescência nenhuma.

       "Agora fiquei mais bonito", pensou também, muito satisfeito.

       E aí deu com o papo jogado em cima do cupim.

       Agarrou a viola e foi para casa.

       Imagine-se a sensação que não foi, o papudo amanhecer, sem mais nem menos, sem o papo.

      -- Que milagre foi esse? - perguntavam.

      Papudo ria, papudo cantava, continuava folgazão como sempre, mas não contava a aventura, de medo que o chamassem de louco, e não acreditassem.

      Esse moço tinha um compadre, que também era papudo.

      E tanto apertou o amigo, e tanto falou:

      -- Eu também quero me ver livre desse aleijão. Quero ficar bonito, e arranjar uma namorada. Você não é amigo.

      Foi assim, até que o moço lhe contou tudo.

      O outro encarou, incrédulo.

      -- Verdade?

      -- Verdade.

      -- O anão falou que você podia pedir o que quisesse?

      -- Falou.

      -- E você em vez de pedir riquezas, pediu para ficar sem o papo?

      -- Ora, pobreza não me incomoda, mas o papo incomodava.

      -- Mas você é louco. Você é um burro. Pedisse riqueza. Quem é rico, que é que tem o papo? Quem se incomoda com papo? Eu, se fosse rico, me casaria com uma mulher bonita, do mesmo jeito. Você é bobo. Onde é esse lugar, onde você encontrou os fantasmas?

      O outro preveniu:

      --Compadre, você vai lá com esganação, vai ofender os anõezinhos, e ainda se arrepende.

      -- Nada disso. Você o que é, é um egoísta. Está formoso, que se danem os outros.

      Aí o moço encolheu os ombros e falou:

      -- Sua alma, sua palma. Vá lá, depois não se queixe.

      Ensinou onde era, o compadre invejoso agarrou a viola e foi, noite alta, direitinho como o outro tinha feito. Também era noite de luar. Também dançou a noite inteira, cantando. Ao primeiro cantar do galo a roda se desfez.

      -- Que é que você quer, em paga de ter tocado para nós?

      O papudo deu uma piscadela maliciosa para o anão e falou, esfregando o indicador e o polegar, no gesto clássico, que significa dinheiro:

      -- Eu quero aquilo que o meu compadre não quis.

      Um anãozinho foi ao cupim, tirou o papo do outro que estava lá, e grudou em cima do papo do invejoso.

      E assim, por sua louca ambição, ele ficou com dois papos.

 GUIMARÃES, Ruth (org.). Lendas e fábulas do Brasil, 4. ed. São Paulo: Cultrix, 1972.

Vocabulário

Aleijão: deformidade física.

Campeiro: próprio ou natural do campo.

Compassivo: que tem ou revela compaixão.

Cupim: ninho de insetos, cupinzeiro.

Desafio: disputa musical em que dois cantores se alternam com versos improvisados.

Estirão: trajeto extenso.

Excrescência: saliência, o que cresce a mais.

Fandango: baile popular, festa com dança.

Folgazão: brincalhão.

Ramalhudo: repleto de ramos.

Touceira: grande touça, moita ou vegetação.

Trago: aquilo que se bebe, gole.

 


Para entender o texto:

1. O conto tem como personagem dois homens com uma característica peculiar (próprio).

a) Que característica é essa? Os dois homens se sentem satisfeitos com ela?

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b) Como as pessoas da história reagem a essa característica das personagens?

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c) Ao longo do conto, há uma oposição entre as duas personagens principais. Qual é a diferença entre elas?

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2. Releia o sexto parágrafo do texto:

 

a) Por que os foliões provocam medo no homem?

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b) Que estratégia a personagem usa para enfrentar a situação?

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c) Como se caracteriza, no texto, o ambiente onde se passa?

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3. Por que os anões transformaram o homem?

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4. No fim do conto, as duas personagens principais foram modificadas.

a) Que mudanças ocorrem com cada personagem?

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b) Por que elas aconteceram?

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5. Observe as expressões iniciais do primeiro e do segundo parágrafos: “ Vivia numa povoação” e “ Certo dia”.

a) Qual delas indica que ocorrerá uma mudança na história?

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b) Qual delas marca quando acontece a narrativa?

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6. Que expressões indicam quando terminam os encontros com os anões?

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7. Se as expressões apontadas nas questões 6 e 7 não fossem utilizadas, que efeito isso causaria no conto?

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8. Em quanto tempo se desenvolveram as ações narradas na história?___________________________________________________________________________________


LÍNGUA PORTUGUESA – 4ª e 5ª AULA – CONTO POPULAR

 Atividades das aulas 4 e 5

 

Uma coisa puxa a outra

Diversão na roça

 

Muitos contos populares se passam em ambiente rural, e é nesse cenário que também se desenrola o conto “Os dois papudos”. Como você viu, ao voltar de uma festa carregando sua viola, uma das personagens principais encontrou anões na mata e, com sua cantoria, proporcionou-lhes muita diversão e acabou tendo seu desejo realizado.

A viola é um instrumento musical que anima muitas reuniões e festas na roça. Nas rodas de viola, as pessoas se reúnem em torno dos violeiros para ouvir suas músicas e improvisos.

 

9. Observe atentamente a imagem a seguir e responda às questões:

 

Roda de viola, de Francisco Severino, 2014. Óleo sobre tela, 40x 60 cm.

a) A cena retratada na pintura remete a um ambiente rural? Justifique sua resposta citando elementos da obra.

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b) O título da obra é Roda de viola. Relacione esse título ao que é retratado na pintura.

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10. Retornando ao conteúdo estudado nos blocos anteriores “Variação linguística”, leia o trecho a seguir, retirado do conto “ Os papudos”.

 

Enquanto pinicava as cordas, prestava atenção às palavras do dançarino.

Eles entoavam:

Segunda, tergggc

  Quarta, quinta ...

a) Identifique nesse trecho uma expressão relacionada ao ato de tocar viola.

___________________________________________________________________________________

b) Considerando a situação apresentada no conto, o que essa expressão significa?

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c) Reescreva a frase em que a expressão é utilizada, substituindo-a pelo significado indicado na resposta do item b.

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d) Após a reescrita, que mudança é possível observar na frase.

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Para relembrar:

Variação linguística é o fenômeno comum a todas as línguas de apresentar variações em função da época, região, situação de uso e das particularidades dos falantes. Essas variações podem ser percebidas tanto na análise das escolhas das palavras e expressões como na estrutura da frase e na pronuncia de alguns fonemas.

 

O conto popular “Os dois papudos”, por exemplo, registrou algumas expressões tipicamente orais, utilizadas em determinada região do Brasil.

Variedade regional ocorre em função da cultura dos falantes de uma região.

Do ponto de vista linguístico, não há uma variedade melhor ou pior do que outra, ou uma mais correta. Qualquer falante é usuário competente de sua língua materna, no entanto, é preciso apropriar-se das variedades de maior prestigio social e saber empregar os diferentes modos de falar e escrever adequados a cada situação de uso.

 

11. Leia a letra de musica abaixo e responda às questões.

Óia eu aqui de novo, xaxando

Vem cá morena bela, vestida de chita
 Óia eu aqui de novo, para xaxar

Você é a mais bonita desse meu lugá

Vai chamar Maria, chamar Luzia

Vou mostrar pr'esses cabras

Vai chamar Zabé, chamar Requé
Que eu ainda dou no couro

Diz que 'to aqui com alegria
Isso é um desaforo

Seja noite ou seja dia

 Que eu não posso levá

Eu 'to aqui pra ensinar xaxado
Óia eu aqui de novo, cantando

Eu 'to aqui pra ensinar xaxado
Óia eu aqui de novo, xaxando

Eu 'to aqui pra ensinar

Óia eu aqui de novo, mostrando
 Como se deve xaxar

Compositores: Antonio Silva / Antonio Barros Silva

 

a) Qual é o significado da palavra xaxado? Se necessário, procure no dicionário.

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b) Na primeira estrofe, o eu lírico revela um objetivo. Qual?

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c) Que trecho da primeira estrofe está em desacordo com a norma-padrão? Como essa palavra é registrada na norma-padrão?

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d) Qual é o efeito produzido pelo uso dessa expressão da forma como aparece no texto?

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e) Copie do texto palavras que caracteriza uma fala regional.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 6ª e 7ª AULA – CONTOS

Atividades das aulas 6 e 7

Leia o texto:

O Compadre da Morte

          Diz que era uma vez um homem que tinha tantos filhos que não achava mais quem fosse seu compadre. Nascendo mais um filhinho, saiu para procurar quem o apadrinhasse e depois de muito andar encontrou a Morte a quem convidou. A Morte aceitou e foi a madrinha da criança. Quando acabou o batizado voltaram para casa e a madrinha disse ao compadre:

       - Compadre! Quero fazer um presente ao meu afilhado e penso que é melhor enriquecer o pai. Você vai ser médico de hoje em diante e nunca errará no que disser. Quando for visitar um doente me verá sempre. Se eu estiver na cabeceira do enfermo, receite até água pura que ele ficará bom. Se eu estiver nos pés, não faça nada porque é um caso perdido.

O homem assim fez. Botou aviso que era médico e ficou rico do dia para a noite porque não errava. Olhava o doente e ia logo dizendo:

      - Este escapa!

     Ou então:

     - Tratem do caixão dele!

     Quem ele tratava, ficava bom. O homem nadava em dinheiro.

      Vai um dia adoeceu o filho do rei e este mandou buscar o médico, oferecendo uma riqueza pela vida do príncipe. O homem foi e viu a Morte sentada nos pés da cama. Como não queria perder a fama, resolveu enganar a comadre, e mandou que os criados virassem a cama, os pés passaram para a cabeceira e a cabeceira para os pés. A Morte, muito contrariada, foi-se embora, resmungando.

       O médico estava em casa um dia quando apareceu sua comadre e o convidou para visitá-la.

 - Eu vou, disse o médico - se você jurar que voltarei!

      - Prometo! - disse a Morte.

      Levou o homem num relâmpago até sua casa.

      Tratou muito bem e mostrou a casa toda. O médico viu um salão cheio-cheio de velas acessas, de todos os tamanhos, uma já se apagando, outras viva, outras esmorecendo. Perguntou o que era:

      É a vida do homem. Cada homem tem uma vela acessa. Quando a vela acaba, o homem morre.

      O médico foi perguntando pela vida dos amigos e conhecidos e vendo o estado das vidas. Até que lhe palpitou perguntar pela sua. A Morte mostrou um cotoquinho no fim.

      - Virgem Maria! Essa é que é a minha? Então eu estou, morre-não-morre!

     A Morte disse:

    - Está com horas de vida e por isso eu trouxe você para aqui como amigo mas você me fez jurar que voltaria e eu vou levá-lo para você morrer em casa.

     O médico quando deu acordo de si estava na sua cama rodeado pela família. Chamou a comadre e pediu:

 - Comadre, me faça o último favor. Deixe eu rezar um Padre-Nosso. Não me leves antes. Jura?

   - Juro -, prometeu a Morte.

   O homem começou a rezar o Padre-Nosso que estás no céu... E calou-se. Vai a Morte e diz:

   - Vamos, compadre, reze o resto da oração!

   - Nem pense nisso, comadre! Você jurou que me dava tempo de rezar o Padre-Nosso mas eu não expliquei quanto tempo vai durar minha reza. Vai durar anos e anos...

     A Morte foi-se embora, zangada pela sabedoria do compadre.

     Anos e anos depois, o médico, velhinho e engelhado, ia passeando nas suas grandes propriedades quando reparou que os animais tinham furado a cerca e estragado o jardim, cheio de flores. O homem, bem contrariado disse:

       - Só queria morrer para não ver uma miséria destas!...

        Não fechou a boca e a Morte bateu em cima, carregando-o. A gente pode enganar a Morte duas vezes mas na terceira é enganado por ela.

 

(CASCUDO, Luís da Câmara.Contos tradicionais do Brasil. Belo Horizonte; São Paulo, Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1986. Texto Adaptado)


Atividades

12. Neste conto,  a narrativa está em:

(   ) 1ª pessoa, pois o narrador também participa da história.

(   ) 3ª pessoa, o narrador apenas conta os fatos.

13. Enumere a segunda coluna com a primeira.

( 1 ) Situação inicial – apresentação dos fatos

( 2 ) Conflito – o fato que muda  a situação inicial

( 3 ) Desenvolvimento- ações das personagens e suas consequências

( 4 ) Clímax – ponto máximo da narrativa que encaminha para o final

( 5 ) Desfecho – o final

(   )  O homem comete um engano e sem pensar diz que “queria morrer para não ver uma miséria destas. “

(   ) A Morte  finalmente leva-o.

(  ) um homem que tinha tantos filhos que não achava mais quem fosse seu compadre depois de muito andar encontrou a Morte que aceitou e ser a madrinha da criança e torna o homem um médico rico.

(   ) o filho do rei  está para morrer, o  homem foi e viu a Morte sentada nos pés da cama, mas enganou a comadre com um truque e salvou o príncipe

(   ) O homem está prestes a morrer e, para evitar sua própria morte, engana a morte mais uma vez.

14. No início da história, a personagem principal é chamada apenas de um homem ou o homem.

    a)   Como o narrador passa a se referir à personagem principal depois que a Morte batiza seu filho?

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b) A partir de qual fato a personagem passa a ser chamada de médico?

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15. Quando o príncipe adoeceu gravemente, qual foi o plano do homem para enganar a Morte?

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16. Releia este trecho do conto.

         “[...]

          Anos e anos depois, o médico, velhinho e

          engelhado, ia passando nas suas               

          grandes propriedades, quando reparou que

          os animais tinham furado a cerca e estragado

          o jardim, cheio de flores. O homem, bem

          contrariado, disse:

              - Só queria morrer para não ver uma miséria

          destas!...

              Não fechou a boca e a Morte bateu em cima,

          carregando-o. A gente pode enganar a Morte duas

          vezes, mas na terceira é enganado por ela.”

 

A opinião do narrador em relação aos fatos narrados nesse trecho está em:

a) “[...] reparou que os animais tinham furado a cerca e estragado o jardim [...]”

b) “Só queria morrer para não ver uma miséria destas!”

c) “Não fechou a boca e a Morte bateu em cima, carregando-o.”

d) “A gente pode enganar a Morte duas vezes, mas na terceira é enganada por ela.”

 

17. O conflito, é uma narrativa, é uma complicação, uma oposição de forças na história entre duas ou mais personagens. No conto “O Compadre da Morte”, o fato que gera o conflito é:

 a) o fato de o príncipe ter ficado doente.

b) o fato de o homem ter desafiado a Morte pela primeira vez.

c) o fato de o homem não querer morrer.

d) o fato de o homem não conseguir um padrinho para seu filho.

 

18. Apesar de narrar fatos acontecidos ao longo de muitos anos, o conto é curto. Quais dos recursos abaixo são empregados para conseguir isso?

a) Não são dados muitos detalhes sobre os acontecimentos.

b) Vários personagens participam da história.

c) As personagens têm nome e são descritas com detalhes.

d) O leitor não é identificado sobre o lugar e a época em que se passa a história.

LÍNGUA PORTUGUESA- 8ª, 9ª e 10ª AULA – CONTOS

Atividades das aulas 8, 9 e 10

 

       Este conto que iremos ler nos ensina sobre caráter, respeito, amizade e dignidade que são essenciais para o convívio entre as pessoas.

A combuca de ouro e os marimbondos

(Pernambuco)

     Havia dois homens, um rico e outro pobre, que gostavam de fazer peças um ao outro.

    Foi o compadre pobre à casa do rico pedir um pedaço de terra para fazer uma roça. O rico, para fazer peça ao outro, lhe deu a pior terra que tinha.

     Logo que o pobre teve o sim, foi para a casa dizer à mulher, e foram ambos ver o terreno. Chegando lá nas matas, o marido viu uma cumbuca de ouro, e, como era em terras do compadre rico, o pobre não a quis levar para a casa, e foi dizer ao outro que em suas matas havia aquela riqueza.

       O rico ficou logo todo agitado, e não quis que o compadre trabalhasse mais nas suas terras.

       Quando o pobre se retirou, o outro largou-se com a sua mulher para as matas a ver a grande riqueza. Chegando lá, o que achou foi uma grande casa de marimbondos; meteu-a numa mochila e tomou o caminho do mocambo do pobre, e logo que o avistou foi gritando:

        “Ó compadre, fecha as portas, e deixa somente uma banda da janela aberta!”

        O compadre assim fez, e o rico, chegando perto da janela, atirou a casa de marimbondos dentro da casa do amigo, e gritou:

        “Fecha a janela, compadre!”              

Mas os marimbondos bateram no chão, transformaram-se em moedas de ouro, e o pobre chamou a mulher e os filhos para ajuntar.

        O ricaço gritava então:

        “Ó compadre, abra a porta!” Ao que o outro respondia:

        “Deixe-me, que os marimbondos estão-me matando!”

         E assim ficou o pobre rico, e o rico ridículo.

 

Responda de acordo com o texto as atividades a seguir:

26. Quem são os personagens desse conto? 

___________________________________________________________________________________

27. Quem são os personagens principais desta história?

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 28.  A história conta que compadre pobre foi à casa do homem rico. O que ele foi fazer lá?

___________________________________________________________________________________

29. Como o rico reagiu ao saber da cumbuca?

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30. Marque um X na alternativa que justifica que a narrativa anterior é um conto.

(A) Trata-se de uma história real, transmitida oralmente de geração em geração e desenvolvida em um único espaço.

(B) Trata-se de uma história de ficção, com vários conflitos paralelos, mas desenvolvidos em um curto período de tempo.

(C) Trata-se de uma história de ficção, com um único conflito desenvolvido somente em um dia e poucas personagens.

(D) Trata-se de uma história de ficção, com muitas personagens e desenvolvida em um longo período de tempo.

31. Marque um X na alternativa que justifica o uso das aspas no conto acima. 

( A ) Inclusão de termos em língua estrangeira.

( B ) Transcrição de falas.

( C ) Indicação do pensamento das personagens.

( D ) Uso de termos em um sentido diferente do habitual.


08 junho 2021

First Conditional if+simple presente+will

Condicional em inglês – First Conditional



A Primeira Condicional (First Conditional) expressa uma ação que depende de uma condição para acontecer. Sua estrutura é formada pelo presente e futuro simples.

 First Conditional -Rules and Examples- (English Grammar) - YouTube

The First Conditional is used to express actions or situations that are likely to happen in the future. When we use it we are thinking about a situation or condition in the future that will be responsible for a result. In the First Conditional there is a real possibility that the condition, action or situation in matter will happen. / A Primeira Condicional é usada para expressar ações ou situações que são prováveis de acontecer no futuro. Quando a usamos, estamos pensando sobre alguma situação ou condição no futuro que será responsável por um resultado. Na Primeira Condicional, há uma real possibilidade de que a condição, ação ou situação em questão acontecerá.

Look at the example: / Veja o exemplo:

If I have enough happiness, I will be happy ever after!
Se eu tiver felicidade suficiente, serei feliz para sempre!

·         The First Conditional Form: / A forma da primeira condicional:

If + Simple Present + Simple Future
Se + Presente Simples + Futuro Simples

Look at more examples using the First Conditional: / Veja mais exemplos de uso da Primeira Condicional:

If I call Daniel, he will be really happy.
Se eu ligar para o Daniel, ele ficará realmente feliz.

If you give her some love, she will love you back.
Se você der a ela um pouco de amor, ela o amará também.

If we tell our parents we want it, they will give it to us.
Se nós dissermos aos nossos pais que queremos isso, eles nos darão.

If they don’t hurry, they will miss the bus.
Se eles não se apressarem, perderão o ônibus.

Notice that, in all the above situations we are thinking about a future condition. None of the situations is happening yet, but there is the possibility of all of them to conclude. The Present Simple is used to show a possible future condition and the Simple Future to show a possible future result. Remember that the possibility of the condition will happen is real, this is really important in the first conditional. / Repare que, em todas as situações acima, estamos pensando sobre uma condição no futuro. Nenhuma das situações está acontecendo, mas há a possibilidade de todas elas serem concluídas. O Presente Simples é usado para mostrar uma possível futura condição, enquanto o Futuro Simples é usado para mostrar um possível resultado futuro. Lembre-se de que a possibilidade de que a condição acontecerá é real. Isso é realmente importante na Primeira Condicional.

The first conditional structure isn’t rigid because it can vary depending on the sentence. The “if” clause can appear or not in the beginning of the sentence. Look the examples bellow: / A estrutura da primeira condicional não é rígida, pois ela pode variar dependendo da sentença. O “if” (se) pode ou não aparecer no início da frase. Veja os exemplos abaixo:

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If Clause + Main Clause

If I see Park, I will hug him!
Se eu ver Park, eu irei abraçá-lo!

If you are free tonight, he will invite you to dinner.
Se você está livre essa noite, ele irá convidá-la para jantar.

If we don’t study to the Finals, we won’t pass the exams.
Se nós não estudamos para as provas finais, nós não passaremos nos testes.

Main Clause + If Clause

I will hug Park, if I see him.
Eu abraçarei Park, se eu vê-lo.

He will invite you to dinner, if you are free tonight.
Ele convidará você para jantar, se você está livre hoje à noite.

We won’t pass the exams, if we don’t study to the finals.
Nós não passaremos nos testes, se não estudamos para as provas finais.

Considerations about the First Conditional / Considerações sobre a Primeira Condicional:

When we use the Simple Future to form the First Conditional it doesn’t mean that we will just use the “will” to represent the future. We can use the “going to” as well as “will”, and also some modal verbs such as “can”, “may” and “must”. Look at the examples bellow and check it out! / Quando usamos o Futuro Simples para formar a Primeira Condicional, não significa que utilizaremos apenas o “will” para representar o futuro. Podemos usar o “going to”, assim como usamos o “will”, e também alguns verbos modais, como “can”, “may” e “must”. Veja os exemplos abaixo:

If I see her, I'm going to tell her exactly how I feel.
Se eu vê-la, eu direi a ela exatamente como eu sinto.

If you go to Paris, you must see the Eiffel Tower.
Se você vai a Paris, você deverá ver a Torre Eiffel.

If she comes, we can talk about it with her.
Se ela vem, poderemos falar sobre isso com ela.

If we ask you about the exercise, you may be able to help us.

Exercícios

 1º) Put the verb into the correct first conditional form:

a) If I _______(go) out tonight, I _______(go) to the Marissa’s house.

b) If they _______(say) that again, I _______(be) angry.

c) If we _______(not see) our friends tomorrow, we see them next week.

d) If she _______(come) (come) today, he _______(be) very surprised.

e) If you _______(stay) here, we (be)_______late.

 

2º) (UFSC – Adaptada) Choose the grammatically CORRECT proposition to complete the blanks in the following sentence:

If he ____________ the basics of computers, he ____________ a better student.

a) learns – become

b) learning – will become

c) will learning – becomes

d) learns – will become

e) will learn – become

 

3º) (PUC-RIO) In the sentence “If you wrote about the international banking systems for bankers, your language and information would be more technical”, the author intends to transmit an idea of:

a) conclusion

b) addition

c) condition

d) comparison

e) contrast

 

4º) Choose the correct alternative:

a) If they go to the cinema, I will (go / gone) too.

b) She (looks / will look) completely different if she cuts her hair.

c) You won't pass the course if you (don't / won't) study.

d) If my mother goes to Paris, she (has / will have) a very nice time.

e) If I leave now, I (will arrive / arrive) in São Paulo by 6:00 PM.

1º) Put the verb into the correct first conditional form:

a) If I _______(go) out tonight, I _______(go) to the Marissa’s house.

b) If they _______(say) that again, I _______(be) angry.

c) If we _______(not see) our friends tomorrow, we see them next week.

d) If she _______(come) (come) today, he _______(be) very surprised.

e) If you _______(stay) here, we (be)_______late.

 

2º) (UFSC – Adaptada) Choose the grammatically CORRECT proposition to complete the blanks in the following sentence:

If he ____________ the basics of computers, he ____________ a better student.

a) learns – become

b) learning – will become

c) will learning – becomes

d) learns – will become

e) will learn – become

 

3º) (PUC-RIO) In the sentence “If you wrote about the international banking systems for bankers, your language and information would be more technical”, the author intends to transmit an idea of:

a) conclusion

b) addition

c) condition

d) comparison

e) contrast

 

4º) Choose the correct alternative:

a) If they go to the cinema, I will (go / gone) too.

b) She (looks / will look) completely different if she cuts her hair.

c) You won't pass the course if you (don't / won't) study.

d) If my mother goes to Paris, she (has / will have) a very nice time.

e) If I leave now, I (will arrive / arrive) in São Paulo by 6:00 PM.


Produzido por: Washington Allifer


19 maio 2021

Interpretação de texto: O burro trapaceiro

O burro trapaceiro

Há muitos anos, moravam num mesmo curral, um burro, um boi e um cordeiro. Embora pela manhã os três tivessem que trabalhar muito, à tarde podiam descansar à vontade no curral, pois o dono os tratava muito bem.



Que fazer durante as horas livres? Resolveram passar as tardes jogando cartas ou dados. Quem ganhasse, podia dormir no melhor estábulo. Como se pode imaginar, os três jogavam com o maior afinco.

O burro era um grande trapaceiro. Ganhava todas as partidas e, por isso, dormia sempre no melhor estábulo. O boi e o cordeiro começaram a desconfiar dele. Para terem certeza de suas suspeitas, fizeram uma pequena cruz em todas as cartas.

Quando o burro voltou a ganhar, na partida seguinte, os amigos lhe pediram:

Mostre-nos suas cartas, amigo! disse-lhe o cordeiro.

Isso, as suas cartas! apoiou o boi.

Estão insinuando que eu estou fazendo trapaça? perguntou o burro, meio sem jeito.

De nada adiantou negar. Teve de mostrar as cartas que tinha posto sobre a mesa. Nenhuma delas estava marcada com uma cruz. Quer dizer, não pertenciam ao baralho e o burro tinha-as tirado da manga. Assim, os dois puderam comprovar suas suspeitas. Realmente há muito tempo o burro os estava enganando.

Desde essa tarde, não voltaram a jogar com ele, pois haviam perdido totalmente a confiança. E passaram a se revezar na utilização do melhor curral.

 

Disponível em: <https://metaforas.com.br/infantis/2018-06-02/o-burro-trapaceiro.htm>.

 

Questão 1 – Releia este fragmento da história:

 

“[...] à tarde podiam descansar à vontade no curral”.

Isso acontecia porque:

(     ) o dono cuidava muito bem dos três animais.

(     ) os três animais trabalhavam demais durante a manhã.

(     ) os três animais moravam no mesmo curral há muito tempo. 

Questão 2 – Segundo a história, os três animais “jogavam com o maior afinco” para a disputa do melhor estábulo. Nesse contexto, o termo “afinco” significa:

(     ) “cautela”.

(     ) “empenho”.

(     ) “impaciência”.

Questão 3 – Na passagem “Ganhava todas as partidas e, por isso, dormia sempre no melhor estábulo.”, o narrador refere-se:

(     ) ao boi.

(     ) ao burro.

(     ) ao cordeiro. 

Questão 4 – Em “Para terem certeza de suas suspeitas, fizeram uma pequena cruz em todas as cartas.”, o trecho destacado exprime:

(     ) condição.

(     ) finalidade.

(     ) consequência. 

Questão 5 – Grife, na fala a seguir, o vocábulo usado pelo cordeiro para se dirigir ao burro:

 

“— Mostre-nos suas cartas, amigo! disse-lhe o cordeiro.”

 

Questão 6 – Na parte “Teve de mostrar as cartas que tinha posto sobre a mesa.”, o texto conta:

(     ) um desejo do burro.

(     ) uma obrigação do burro.

(     ) uma promessa do burro.

Questão 7 – No segmento “Desde essa tarde, não voltaram a jogar com ele [...]”, a expressão grifada indica uma circunstância de:

(     ) lugar.

(     ) modo.

(     ) tempo.

Questão 8 – Pode-se concluir que a história do burro trapaceiro é:

(     ) um conto.

(     ) uma fábula.

(     ) uma reportagem.

13 maio 2021

A ARTE E A PALAVRA

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Sequência didática

A ARTE E A PALAVRA

Nesta sequência, a proposta é que os alunos reflitam sobre o uso das linguagens verbal e não verbal nas diferentes formas artísticas. Sugere-se a criação e experimentação da técnica da colagem. Os alunos criarão uma colagem utilizando-se de palavras.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Materialidades

Processos de criação

Competências específicas

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

Objetivos de aprendizagem

Refletir sobre o processo de criação de diferentes artistas.

Refletir, por meio da análise e experimentação artística, sobre os diferentes usos das linguagens verbal e não verbal.

Conhecer e experimentar a técnica da colagem.

Pesquisar e conhecer artistas que utilizaram o poema ou a poesia como principal fonte de inspiração em suas produções.

Experimentar a criação individual em artes visuais.

Conteúdos

Linguagem verbal e linguagem não verbal

Colagem

Processos de criação

Materiais e recursos

Aparelho para projeção de imagem e para som.

Materiais e suportes diversos para trabalho de colagem (papéis, retalhos de tecido, linhas, recortes de jornais e revistas, entre outros).

Tesoura.

Cola.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 3 aulas.

Aula 1

Como os artistas se comunicam e demonstram sentimentos e opiniões? E você, como gosta de se expressar? Por meio de gestos, palavras escritas ou faladas? Qual é a sua linguagem?

Por meio da linguagem, o ser humano desenvolveu diferentes maneiras de interação social, de expressão, de comunicação. A necessidade de trocar ideias, bem como de manifestar sentimentos, emoções e opiniões, faz que cada um de nós busque, entre muitas possibilidades, um modo próprio de se relacionar e de se comunicar com as pessoas e com o mundo à nossa volta.

Na arte, as formas de se comunicar podem se misturar e originar novas linguagens. Os artistas buscam e experimentam materialidades, técnicas, linguagens e desenvolvem suas poéticas. Palavras faladas e escritas, gestos, movimentos, sons, símbolos visuais e imagens podem se encontrar, se misturar e criar novas maneiras de comunicação e expressão.

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Nomad_Soul/Shutterstock.com

A mímica é uma forma de expressão humana e teatral em que os artistas se expressam por meio da linguagem não verbal. Nessa arte, gestos e movimentos corporais podem expressar e simbolizar sentimentos diversos.

Para iniciar a aula, organizar os alunos em pequenos grupos e propor que façam uma lista definindo e exemplificando o uso de diferentes linguagens (verbal e não verbal) no dia a dia. É sempre bem produtivo relacionar a temática com o cotidiano dos alunos, para que encontrem respostas em exemplos simples e na rotina escolar. Por exemplo, no trajeto de casa até a escola, como na imagem a seguir: destaca-se o uso da linguagem verbal ou da não verbal? O que nos dizem os símbolos? E as cores? O que nos transmitem as expressões faciais e os gestos dos personagens presentes na imagem?

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Kakigori Studio/Shutterstock.com

Com base nas conversas anteriores, realizar com os alunos uma curadoria selecionando obras em que as linguagens verbal e não verbal se misturem. Artistas visuais como os brasileiros Alex Flemming (1954-) e Fefe Talavera (1979-) e o estadunidense Jean-Michel Basquiat (1960-1988) fazem uso das palavras em suas obras visuais. É interessante proporcionar momentos de apreciação, análise e reflexão das produções artísticas.

As perguntas a seguir podem auxiliar no processo de mediação:

Você conhece algum artista que faz uso da tipografia em suas obras?

Na sua opinião, por que os artistas misturam linguagens distintas e utilizam palavras em suas produções?

Ao final dessa etapa de trabalho, propor uma roda de conversa com a turma. Procurar despertar a atenção dos alunos para o processo criativo dos artistas, as diferentes maneiras de se expressar e comunicar na arte, enfatizando que na arte as linguagens podem se mesclar e originar produções únicas e abertas a diversas leituras e significados.

Aula 2

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Photo Boutique/Shutterstock.com

Arte de rua em Berlim, Alemanha. Colagem de cartazes.

Para iniciar esta aula, sugerimos retomar brevemente o conteúdo da aula anterior.

A atividade proposta é uma colagem, individual ou coletiva, em que os alunos façam o uso de palavras, bem como de poemas, parlendas e/ou trava-línguas. Produções artísticas como a série Sumaré, do artista Alex Flemming, podem servir de inspiração para os alunos. Pode-se também buscar livros, documentários e vídeos sobre a técnica da colagem e apresentá-los para a turma.

A colagem é uma ótima técnica para ser trabalhada na escola, já que podem ser usados materiais simples e de fácil acesso em sua composição. Realizar com os alunos experimentações com diversos materiais e suportes, tais como colagens monocromáticas, que podem ser feitas com tiras de jornal; colagens tridimensionais com o uso de objetos diversos; composições com formas geométricas e/ou abstratas; técnicas mistas como desenho e pintura agregadas à colagem. Orientá-los no manuseio, características e potencialidades dos materiais. Aproveitar para trabalhar com a turma elementos da linguagem visual como ponto, linha, forma, direção, cor, entre outros. Os registros do processo criativo dos alunos podem ser feitos no Caderno de Artista ou no Diário de Arte.

Aula 3

Esta aula é dedicada à apresentação dos trabalhos realizados nos encontros anteriores. Promover uma mostra e uma roda de conversa com a turma a fim de que cada aluno comente o próprio trabalho e o dos colegas, com destaque para os registros do processo de criação, inspirações, facilidades e dificuldades. As perguntas a seguir podem nortear a conversa e, posteriormente, as respostas podem ser registradas no diário ou caderno dos alunos.

1. Durante o seu percurso de criação, quais técnicas e materiais foram agregados à técnica da colagem?

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno tenha experimentado diferentes técnicas e materiais no decorrer das aulas, tenha registrado suas preferências, bem como as dificuldades, as soluções encontradas e as novas descobertas.

2. No decorrer das aulas, quais foram as produções artísticas que mais lhe inspiraram? Quais foram suas referências para a realização do trabalho?

Resposta pessoal.

3. Como você se utilizou da linguagem verbal em seu trabalho? Para você, o que as palavras usadas representam?

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno relate suas inspirações e seu processo de criação.

Para trabalhar dúvidas

Cada aluno possui um tempo e uma maneira de compreender ou assimilar as discussões e os conteúdos propostos. Por isso, durante as aulas, alguns alunos podem apresentar dificuldade, queixar-se da dificuldade em “criar” e até mesmo se negar a realizar as propostas, principalmente as práticas. Nesse caso, sugere-se acompanhar mais de perto esses alunos, incentivá-los a investigar a poética pessoal e a rotina de diferentes artistas, com o objetivo de compreender o processo de criação, muitas vezes lento e tortuoso. Uma fonte de informações para auxiliar os alunos na compreensão do processo de criação é o livro Gesto inacabado, de Cecília Almeida Salles (5. ed. São Paulo: Intermeios, 2012).

Ampliação

O artista curitibano Adriano Catenzaro (1979-) produz colagens cheias de cores que se combinam com diferentes técnicas e materiais. Apresentar aos alunos algumas obras desse artista, disponíveis em seu site oficial, e promover uma roda de conversa sobre elas.

Fonte: PNLD

Créditos: