LÍNGUA
PORTUGUESA - 1ª, 2ª E 3ª AULA – CONTOS POPULARES
Neste bloco estudaremos sobre contos populares e para vocês
compreenderem melhor os textos apresentados aqui, faremos um breve relato sobre
esse gênero e suas características.
A palavra conto deriva do termo latino
computus, que significa “conta”. O conceito faz referência a uma narrativa
breve e fictícia. A sua especificidade não pode ser fixada com exatidão, pelo que a
diferença entre um conto extenso e uma novela é difícil de determinar.
Um conto apresenta um grupo reduzido de
personagens e um argumento não demasiado complexo, uma vez que entre as suas
características aparece a economia de recursos narrativos.
É possível distinguir entre dois grandes
tipos de contos: o conto popular e o conto literário.
O conto popular tende a estar associado
às narrativas tradicionais que são transmitidas de geração em geração,
oralmente (de “boca em boca”). Podem existir várias
versões de um mesmo relato, tendo em conta que há contos que conservam uma
estrutura semelhante embora com diferentes detalhes.
O conto literário, por sua vez, está
associado ao conto moderno. Trata-se de relatos concebidos por escrito e
transmitidos da mesma forma. Apesar de a maioria dos contos populares não
apresentarem um autor diferenciado, o caso dos contos literários é diferente,
já que o seu criador costuma ser conhecido.
Todo conto precisa possuir um narrador,
ele é o responsável por apresentar os fatos. Esse tipo de gênero textual teve
origem na tradição que se tinha de contar histórias verbalmente, onde os pais
escutavam-nas de seus pais e as transmitiam aos seus filhos.
Entre os contos escritos na língua de
Camões, destaca-se A Gravura (de Irene Lisboa), que faz parte das histórias
sobre os “Sonhos in «Uma Mão Cheia de Nada Outra de Cousa Nenhuma”, Porto,
Livraria Figueirinhas, s/d.
Os contos eram usados para relatar
histórias fantasiosas ou folclóricas, por exemplo. Por muito tempo foi assim, devido a isso o conceito
ficou relacionado a esses temas por um certo período. Mas quando novas técnicas
e estilos de escrita foram adotadas, o termo se tornou mais abrangente.
Uma das características do conto é que
ele possui um enredo único, geralmente focando apenas em uma situação. E um
conto também é simples de ser interpretado, ao contrário de outros gêneros
textuais. Nele também as histórias costumam se desenrolar em um espaço de tempo
mais curto.
O Dicionário da Língua Portuguesa da
Porto Editora menciona que a palavra conto também se pode referir ao relato
indiscreto de um sucesso, à narração de um sucesso falso ou a um engano. Por
outras palavras, uma mentira, uma peta ou ainda um boato. Por exemplo: “O Pedro
veio com o conto (a história) que não consegue arranjar um emprego”.
A frase “Conto da Carochinha” é usada no
Brasil para quando uma pessoa está contando uma mentira.
Para começar vamos fazer a leitura com bastante atenção do texto a seguir.
Atividades das aulas 1, 2
e 3
OS DOIS PAPUDOS
Ruth
Guimarães
Vivia
numa povoação um alegre papudo, estimado de todos, muito folgazão e
boêmio. Não o impedia o papo de soltar grandes risadas. Pouco se lhe dava que o
achassem feio, ou o chamassem de papudo. A verdade é que o tal papo o
incomodava, mas o que não tem remédio remediado está, filosofava ele. E vamos
tocar viola, e vamos amanhecer nos fandangos, viva a alegria, minha
gente, que se vive uma vez só.
Certo
dia, foi ao povoado vizinho, a uma festa de casamento, levando embaixo do braço
a inseparável viola. Demorou mais que de costume, bebeu uns tragos a
mais, porém não deixou de voltar para casa, pois era tão trabalhador quanto
festeiro, e tinha que pegar no serviço no outro dia bem cedo.
Havia luar. Num grande estirão avistava a
estrada larga, as touceiras de mato. Passava o gambá por perto dele, e o
tatu, roncando, e voava baixo, silenciosamente, a corujinha campeira. O
papudo não sentia medo. Andava em paz com Deus e com os homens. Os animais, que
adivinham nele um homem de coração compassivo, também não tinham medo
dele.
De
repente, ao virar numa curva, viu embaixo da figueira-brava, ramalhuda,
uma roda de anões cantando. Todos com capuzes vermelhos, cachimbo com a brasa
luzindo, a barba branca comprida, descendo até a altura do peito.
--
O que será aquilo?
Por um
instante teve algum temor. Mas era tarde para fugir. Os foliões já o tinham
visto. E, se tratava de festa, isto era com ele. Saltou decidido para o meio da
roda, empunhando a viola.
-- Eu
também sei cantar.
Enquanto
pinicava as cordas, prestava atenção às palavras dos dançarinos. Eles entoavam:
Segunda, terça
Quarta,
quinta...
E tornavam ao
começo:
Segunda, terça
Quarta,
quinta...
E assim sempre
[...]. Acostumado aos desafios, a improvisar, o papudo esperou a sua
deixa. Assim que os anões começaram:
Segunda, terça
Quarta,
quinta...
Ele emendou:
Sexta, sábado
Domingo também.
A roda pegou
fogo. Os pequenos duendes barbudos gostaram da novidade. Rodopiavam cantando
numa animação delirante, e foi assim a noite toda. E o papudo tocando e
dançando.
De madrugada,
ao primeiro cantar do galo, a roda se desfez. O mais velho deles, e que parecia
o chefe, perguntou-lhe:
-- Que é que você quer,
em paga de ter tocado para nós?
-- Eu até que me diverti com esta festa - replicou
o papudo.
-- Mas peça qualquer coisa.
-- Posso pedir seja o que for?
-- Pode.
-- Eu queria - disse ele, meio
hesitante - queria me ver livre deste papo, que me incomoda muito.
Um anãozinho agarrou o papo
com as duas mãos, subiu pelo peito do papudo, firmou bem os pés, deu um
arrancão.
O papudo fechou
os olhos.
-- Agora eles
me matam.
De repente
sentiu o pescoço leve. Abriu os olhos. Os anõezinhos tinham sumido. Não ouviu
mais nada. Meio cinzento, despontava o dia.
"Sonhei",
pensou ele. "Bebi demais naquele casamento."
Passou a
mão pelo pescoço, estava liso, sem excrescência nenhuma.
"Agora
fiquei mais bonito", pensou também, muito satisfeito.
E aí deu
com o papo jogado em cima do cupim.
Agarrou a
viola e foi para casa.
Imagine-se
a sensação que não foi, o papudo amanhecer, sem mais nem menos, sem o papo.
-- Que milagre
foi esse? - perguntavam.
Papudo ria,
papudo cantava, continuava folgazão como sempre, mas não contava a aventura, de
medo que o chamassem de louco, e não acreditassem.
Esse moço tinha
um compadre, que também era papudo.
E tanto apertou
o amigo, e tanto falou:
-- Eu também
quero me ver livre desse aleijão. Quero ficar bonito, e arranjar uma
namorada. Você não é amigo.
Foi assim, até
que o moço lhe contou tudo.
O outro
encarou, incrédulo.
-- Verdade?
-- Verdade.
-- O anão falou
que você podia pedir o que quisesse?
-- Falou.
-- E você em
vez de pedir riquezas, pediu para ficar sem o papo?
-- Ora, pobreza
não me incomoda, mas o papo incomodava.
-- Mas você é louco. Você é um burro.
Pedisse riqueza. Quem é rico, que é que tem o papo? Quem se incomoda com papo?
Eu, se fosse rico, me casaria com uma mulher bonita, do mesmo jeito. Você
é bobo. Onde é esse lugar, onde você encontrou os fantasmas?
O
outro preveniu:
--Compadre,
você vai lá com esganação, vai ofender os anõezinhos, e ainda se arrepende.
--
Nada disso. Você o que é, é um egoísta. Está formoso, que se danem os outros.
Aí
o moço encolheu os ombros e falou:
--
Sua alma, sua palma. Vá lá, depois não se queixe.
Ensinou
onde era, o compadre invejoso agarrou a viola e foi, noite alta, direitinho
como o outro tinha feito. Também era noite de luar. Também dançou a noite
inteira, cantando. Ao primeiro cantar do galo a roda se desfez.
--
Que é que você quer, em paga de ter tocado para nós?
O
papudo deu uma piscadela maliciosa para o anão e falou, esfregando o indicador
e o polegar, no gesto clássico, que significa dinheiro:
--
Eu quero aquilo que o meu compadre não quis.
Um
anãozinho foi ao cupim, tirou o papo do outro que estava lá, e grudou em cima
do papo do invejoso.
E
assim, por sua louca ambição, ele ficou com dois papos.
GUIMARÃES, Ruth (org.). Lendas e fábulas do
Brasil, 4. ed. São Paulo: Cultrix, 1972.
Vocabulário Aleijão: deformidade física. Campeiro: próprio ou natural do campo. Compassivo: que tem ou revela compaixão. Cupim: ninho de insetos, cupinzeiro. Desafio: disputa musical em que dois cantores se
alternam com versos improvisados. Estirão: trajeto extenso. Excrescência: saliência, o que cresce a
mais. Fandango: baile popular, festa com dança. Folgazão: brincalhão. Ramalhudo: repleto de ramos. Touceira: grande touça, moita ou vegetação. Trago: aquilo que se bebe, gole. |
Para entender o texto:
1. O conto tem como personagem dois homens com uma
característica peculiar (próprio).
a) Que característica é essa? Os dois homens se
sentem satisfeitos com ela?
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
b) Como as pessoas da história reagem a essa
característica das personagens?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Ao longo do conto, há uma oposição entre as duas
personagens principais. Qual é a diferença entre elas?
___________________________________________________________________________________
2. Releia o sexto parágrafo do texto:
a) Por que os foliões provocam medo no homem?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Que estratégia a personagem usa para enfrentar a
situação?
___________________________________________________________________________________
c) Como se caracteriza, no texto, o ambiente onde
se passa?
___________________________________________________________________________________
3. Por que os anões transformaram o homem?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. No fim do conto, as duas personagens principais
foram modificadas.
a) Que mudanças ocorrem com cada personagem?
___________________________________________________________________________________
b) Por que elas aconteceram?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Observe as expressões iniciais do primeiro e do
segundo parágrafos: “ Vivia numa povoação” e “ Certo dia”.
a) Qual delas indica que ocorrerá uma mudança na
história?
___________________________________________________________________________________
b) Qual delas marca quando acontece a narrativa?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Que expressões indicam quando terminam os
encontros com os anões?
___________________________________________________________________________________
7. Se as expressões apontadas nas questões 6 e 7
não fossem utilizadas, que efeito isso causaria no conto?
___________________________________________________________________________________
8. Em quanto tempo se desenvolveram as ações narradas na história?___________________________________________________________________________________
LÍNGUA
PORTUGUESA – 4ª e 5ª AULA – CONTO POPULAR
Uma coisa
puxa a outra
Diversão
na roça
Muitos contos populares se passam em ambiente
rural, e é nesse cenário que também se desenrola o conto “Os dois papudos”.
Como você viu, ao voltar de uma festa carregando sua viola, uma das personagens
principais encontrou anões na mata e, com sua cantoria, proporcionou-lhes muita
diversão e acabou tendo seu desejo realizado.
A viola é um instrumento musical que anima muitas
reuniões e festas na roça. Nas rodas de viola, as pessoas se reúnem em torno
dos violeiros para ouvir suas músicas e improvisos.
9. Observe atentamente a imagem a seguir e responda
às questões:
Roda de viola, de Francisco Severino, 2014. Óleo
sobre tela, 40x 60 cm.
a) A cena retratada na pintura remete a um ambiente
rural? Justifique sua resposta citando elementos da obra.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) O título da obra é Roda de viola. Relacione esse título ao que é retratado na pintura.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10. Retornando ao conteúdo estudado nos blocos
anteriores “Variação linguística”, leia o trecho a seguir, retirado do conto “
Os papudos”.
Enquanto pinicava as cordas, prestava atenção às
palavras do dançarino.
Eles entoavam:
Segunda, tergggc
Quarta,
quinta ...
a) Identifique nesse trecho uma expressão
relacionada ao ato de tocar viola.
___________________________________________________________________________________
b) Considerando a situação apresentada no conto, o
que essa expressão significa?
___________________________________________________________________________________
c) Reescreva a frase em que a expressão é
utilizada, substituindo-a pelo significado indicado na resposta do item b.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d) Após a reescrita, que mudança é possível observar na frase.
___________________________________________________________________________________Para relembrar:
Variação
linguística é o
fenômeno comum a todas as línguas de apresentar variações em função da época,
região, situação de uso e das particularidades dos falantes. Essas variações
podem ser percebidas tanto na análise das escolhas das palavras e expressões
como na estrutura da frase e na pronuncia de alguns fonemas.
O conto popular “Os dois papudos”, por exemplo,
registrou algumas expressões tipicamente orais, utilizadas em determinada
região do Brasil.
Variedade
regional ocorre
em função da cultura dos falantes de uma região.
Do ponto de vista linguístico, não há uma variedade
melhor ou pior do que outra, ou uma mais correta. Qualquer falante é usuário
competente de sua língua materna, no entanto, é preciso apropriar-se das
variedades de maior prestigio social e saber empregar os diferentes modos de
falar e escrever adequados a cada situação de uso.
11. Leia a letra de musica abaixo e responda às questões.
Óia eu aqui de novo, xaxando
Vem cá morena bela, vestida de chita
Óia eu aqui de novo, para xaxar
Você é a mais bonita desse meu lugá
Vai chamar Maria, chamar Luzia
Vou mostrar pr'esses cabras
Vai chamar Zabé, chamar Requé
Que eu ainda dou no couro
Diz que 'to aqui com alegria
Isso é um desaforo
Seja noite ou seja dia
Que eu não posso levá
Eu 'to aqui pra ensinar xaxado
Óia eu aqui de novo, cantando
Eu 'to aqui pra ensinar xaxado
Óia eu aqui de novo, xaxando
Eu 'to aqui
pra ensinar
Óia eu aqui de novo, mostrando
Como se deve xaxar
Compositores: Antonio Silva / Antonio Barros Silva
a) Qual é o significado da palavra xaxado? Se necessário, procure no
dicionário.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Na primeira estrofe, o eu lírico revela um objetivo. Qual?
___________________________________________________________________________________
c) Que trecho da primeira estrofe está em desacordo com a norma-padrão?
Como essa palavra é registrada na norma-padrão?
_________________________________________________________________________________
d) Qual é o efeito produzido pelo uso dessa expressão da forma como
aparece no texto?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
e) Copie do texto palavras que caracteriza uma fala
regional.
___________________________________________________________________________________
LÍNGUA
PORTUGUESA – 6ª e 7ª AULA – CONTOS
Atividades das aulas 6 e 7
Leia
o texto:
O Compadre da Morte
Diz
que era uma vez um homem que tinha tantos filhos que não achava mais quem fosse
seu compadre. Nascendo mais um filhinho, saiu para procurar quem o apadrinhasse
e depois de muito andar encontrou a Morte a quem convidou. A Morte aceitou e
foi a madrinha da criança. Quando acabou o batizado voltaram para casa e a
madrinha disse ao compadre:
-
Compadre! Quero fazer um presente ao meu afilhado e penso que é melhor
enriquecer o pai. Você vai ser médico de hoje em diante e nunca errará no que disser.
Quando for visitar um doente me verá sempre. Se eu estiver na cabeceira do
enfermo, receite até água pura que ele ficará bom. Se eu estiver nos pés, não
faça nada porque é um caso perdido.
O homem assim fez. Botou aviso que era médico e
ficou rico do dia para a noite porque não errava. Olhava o doente e ia logo
dizendo:
Ou então:
- Tratem do caixão
dele!
Quem ele tratava,
ficava bom. O homem nadava em dinheiro.
Vai um dia
adoeceu o filho do rei e este mandou buscar o médico, oferecendo uma riqueza
pela vida do príncipe. O homem foi e viu a Morte sentada nos pés da cama. Como
não queria perder a fama, resolveu enganar a comadre, e mandou que os criados
virassem a cama, os pés passaram para a cabeceira e a cabeceira para os pés. A
Morte, muito contrariada, foi-se embora, resmungando.
O médico
estava em casa um dia quando apareceu sua comadre e o convidou para visitá-la.
- Eu vou, disse o médico - se você jurar que
voltarei!
- Prometo! -
disse a Morte.
Levou o homem
num relâmpago até sua casa.
Tratou muito
bem e mostrou a casa toda. O médico viu um salão cheio-cheio de velas acessas,
de todos os tamanhos, uma já se apagando, outras viva, outras esmorecendo.
Perguntou o que era:
É a vida do
homem. Cada homem tem uma vela acessa. Quando a vela acaba, o homem morre.
O médico foi
perguntando pela vida dos amigos e conhecidos e vendo o estado das vidas. Até
que lhe palpitou perguntar pela sua. A Morte mostrou um cotoquinho no fim.
- Virgem Maria!
Essa é que é a minha? Então eu estou, morre-não-morre!
A Morte disse:
- Está com horas de vida e
por isso eu trouxe você para aqui como amigo mas você me fez jurar que voltaria
e eu vou levá-lo para você morrer em casa.
O médico quando deu
acordo de si estava na sua cama rodeado pela família. Chamou a comadre e pediu:
- Comadre, me faça o último favor. Deixe eu
rezar um Padre-Nosso. Não me leves antes. Jura?
- Juro -, prometeu a Morte.
O homem começou a rezar o
Padre-Nosso que estás no céu... E calou-se. Vai a Morte e diz:
- Vamos, compadre, reze o resto
da oração!
- Nem pense nisso, comadre! Você
jurou que me dava tempo de rezar o Padre-Nosso mas eu não expliquei quanto
tempo vai durar minha reza. Vai durar anos e anos...
A Morte foi-se
embora, zangada pela sabedoria do compadre.
Anos e anos depois, o
médico, velhinho e engelhado, ia passeando nas suas grandes propriedades quando
reparou que os animais tinham furado a cerca e estragado o jardim, cheio de
flores. O homem, bem contrariado disse:
- Só
queria morrer para não ver uma miséria destas!...
Não
fechou a boca e a Morte bateu em cima, carregando-o. A gente pode enganar a
Morte duas vezes mas na terceira é enganado por ela.
(CASCUDO, Luís
da Câmara.Contos tradicionais do Brasil. Belo Horizonte; São Paulo, Itatiaia, Editora da Universidade de São
Paulo, 1986. Texto Adaptado)
Atividades
12. Neste conto, a narrativa está em:
(
) 1ª pessoa, pois o narrador também participa da história.
(
) 3ª pessoa, o narrador apenas conta os fatos.
13. Enumere a segunda coluna com a primeira.
( 1 ) Situação
inicial – apresentação dos fatos
( 2 ) Conflito – o
fato que muda a situação inicial
( 3 )
Desenvolvimento- ações das personagens e suas consequências
( 4 ) Clímax – ponto
máximo da narrativa que encaminha para o final
( 5 ) Desfecho – o final
( ) O homem comete um engano e
sem pensar diz que “queria morrer para não ver uma miséria destas. “
( ) A
Morte finalmente leva-o.
( ) um homem que tinha tantos filhos que não
achava mais quem fosse seu compadre depois de muito andar encontrou a Morte que
aceitou e ser a madrinha da criança e torna o homem um médico rico.
( ) o
filho do rei está para morrer, o homem foi e viu a Morte sentada
nos pés da cama, mas enganou a comadre com um truque e salvou o príncipe
( ) O homem está prestes a morrer e, para evitar sua própria morte, engana a morte mais uma vez.
14. No início da história, a personagem principal é chamada apenas de um homem ou o homem.
a) Como o narrador passa a
se referir à personagem principal depois que a Morte batiza seu filho?
__________________________________________________________________________________
b) A partir de qual fato a personagem passa a ser chamada de médico?
___________________________________________________________________________________
15. Quando o príncipe
adoeceu gravemente, qual foi o plano do homem para enganar a Morte?
___________________________________________________________________________________
16. Releia este trecho do conto.
“[...]
Anos e anos depois, o médico, velhinho e
engelhado, ia passando nas suas
grandes propriedades, quando reparou que
os animais tinham furado a cerca e estragado
o jardim, cheio de flores. O homem, bem
contrariado, disse:
- Só queria morrer para não ver uma miséria
destas!...
Não fechou a boca e a Morte bateu em cima,
carregando-o. A gente pode enganar a Morte duas
vezes, mas na terceira é enganado por ela.”
A opinião do narrador em relação aos fatos narrados nesse trecho está em:
a) “[...] reparou que os animais tinham furado
a cerca e estragado o jardim [...]”
b) “Só queria morrer para não ver uma miséria
destas!”
c) “Não fechou a boca e a Morte bateu em cima,
carregando-o.”
d) “A gente pode enganar a Morte duas vezes,
mas na terceira é enganada por ela.”
17. O conflito, é uma narrativa, é uma
complicação, uma oposição de forças na história entre duas ou mais personagens.
No conto “O Compadre da Morte”, o fato que gera o conflito é:
a) o
fato de o príncipe ter ficado doente.
b) o fato de o homem ter desafiado a Morte pela
primeira vez.
c) o fato de o homem não querer morrer.
d) o fato de o homem não conseguir um padrinho
para seu filho.
18. Apesar de narrar fatos acontecidos
ao longo de muitos anos, o conto é curto. Quais dos recursos abaixo são
empregados para conseguir isso?
a) Não são dados muitos detalhes sobre os
acontecimentos.
b) Vários personagens participam da história.
c) As personagens têm nome e são descritas com
detalhes.
d) O leitor não é identificado sobre o lugar e
a época em que se passa a história.
LÍNGUA
PORTUGUESA- 8ª, 9ª e 10ª AULA – CONTOS
Atividades das aulas 8, 9
e 10
Este conto que iremos ler nos ensina sobre caráter, respeito, amizade e dignidade que são essenciais para o convívio entre as pessoas.
A combuca de
ouro e os marimbondos
(Pernambuco)
Havia dois homens, um rico e outro pobre, que gostavam de fazer peças um
ao outro.
Foi o compadre pobre à casa do rico
pedir um pedaço de terra para fazer uma roça. O rico, para fazer peça ao outro,
lhe deu a pior terra que tinha.
Logo que
o pobre teve o sim, foi para a casa dizer à mulher, e foram ambos ver o
terreno. Chegando lá nas matas, o marido viu uma cumbuca de ouro, e, como era
em terras do compadre rico, o pobre não a quis levar para a casa, e foi dizer
ao outro que em suas matas havia aquela riqueza.
O rico ficou logo todo
agitado, e não quis que o compadre trabalhasse mais nas suas terras.
Quando o pobre se
retirou, o outro largou-se com a sua mulher para as matas a ver a grande
riqueza. Chegando lá, o que achou foi uma grande casa de marimbondos; meteu-a
numa mochila e tomou o caminho do mocambo do pobre, e logo que o avistou foi
gritando:
“Ó compadre, fecha as portas, e deixa somente uma banda da janela
aberta!”
O compadre assim fez, e
o rico, chegando perto da janela, atirou a casa de marimbondos dentro da casa
do amigo, e gritou:
“Fecha a janela,
compadre!”
Mas os marimbondos bateram no chão,
transformaram-se em moedas de ouro, e o pobre chamou a mulher e os filhos para
ajuntar.
O ricaço gritava então:
“Ó compadre, abra a
porta!” Ao que o outro respondia:
“Deixe-me, que os
marimbondos estão-me matando!”
E assim ficou o
pobre rico, e o rico ridículo.
Responda de acordo com o texto as atividades a
seguir:
26.
Quem são os personagens desse conto?
___________________________________________________________________________________
27.
Quem são os personagens principais desta história?
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
29.
Como o rico reagiu ao saber da cumbuca?
___________________________________________________________________________________
30. Marque um X na alternativa que justifica que a narrativa anterior é
um conto.
(A) Trata-se de uma história real, transmitida oralmente de geração em
geração e desenvolvida em um único espaço.
(B) Trata-se de uma história de ficção, com vários conflitos paralelos, mas
desenvolvidos em um curto período de tempo.
(C) Trata-se de uma história de ficção, com um único conflito desenvolvido
somente em um dia e poucas personagens.
(D) Trata-se de uma história de ficção, com muitas personagens e desenvolvida em um longo período de tempo.
31. Marque um X na alternativa que justifica o uso das aspas no conto acima.
( A ) Inclusão de termos em língua estrangeira.
( B ) Transcrição de falas.
( C ) Indicação do pensamento das personagens.
( D ) Uso de termos em um sentido diferente do habitual.