26 abril 2021

ARTE E DIVERSIDADE: A PAZ COMO INSPIRAÇÃO

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Sequência didática

ARTE E DIVERSIDADE: A PAZ COMO INSPIRAÇÃO

Nesta sequência, será abordada a temática da paz. Será proposto aos alunos refletirem sobre a diversidade e a criação artística para o diálogo entre e a partir de culturas, na promoção do respeito e da convivência pacífica. Propõem-se a criação e a investigação artística de símbolos e monumentos.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Materialidades

Processos de criação

Sistemas da linguagem

Artes Integradas

Matrizes estéticas e culturais

Competências específicas

7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc.

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.

Artes Integradas

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

Objetivos de aprendizagem

Refletir sobre os conceitos diversidade, paz e violência, a partir da análise de obras de arte de diferentes contextos.

Desenvolver a percepção e a capacidade de simbolizar por meio da pesquisa e criação de desenho ou pintura, de símbolos que representem a diversidade e a paz.

Promover a reflexão sobre o multiculturalismo e sua relação com eventos conflituosos, incentivando o respeito e a solidariedade.

Experimentar a criação coletiva em artes visuais.

Conteúdos

Escultura e desenho

Diversidade

Monumentos

Símbolos da paz e da diversidade

Projetor de imagem e aparelho de som.Materiais e recursos

Máquina fotográfica ou celular com câmera.

Papel Kraft para forrar o chão e as mesas.

Materiais descartados e recicláveis (por exemplo, garrafa PET, papelão, caixas e latinhas vazias etc.).

Papel sulfite, tesoura, cola, lápis de cor, canetinhas coloridas, tinta guache de várias cores, pincéis, fita adesiva.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 6 aulas.

Aula 1

Para iniciar a aula, organizar os alunos sentados em semicírculo. Em seguida, explicar-lhes um pouco sobre os temas que serão abordados na aula: diversidade, violência e paz.

Realizar um breve diagnóstico a respeito do conhecimento prévio dos alunos sobre os temas, perguntando-lhes como definiriam o que é a paz, a diversidade e a intolerância. Espera-se que eles considerem a diversidade de maneira abrangente, citando a multiplicidade de povos, culturas, religiões etc. Registrar na lousa a definição dos alunos para cada conceito. É interessante perguntar se observam práticas pacíficas ou violentas no país e se acham que a diversidade e o preconceito estão presentes no dia a dia da escola.

Após esse breve diagnóstico, perguntar aos alunos por quais motivos acreditam que a violência e as guerras ocorrem e como a intolerância está ligada a esses conflitos. Estabelecer de 5 a 10 minutos para essa conversa inicial.

Apresentar obras variadas como fotografias, pinturas, músicas ou performances que abordem os temas paz, guerra e diversidade. As telas Operários, de Tarsila do Amaral, e Na ausência de guerra, de Eduardo Junior Weblog, bem como a música Imagine, de John Lennon, são ótimos exemplos de obras para realizar a mediação. Para cada obra ou trecho de música ou vídeo apresentado, questionar se os alunos já tiveram contato com essas obras e se conhecem outras parecidas. Durante a mediação, levantar hipóteses e questões para despertar a curiosidade e estimular a reflexão. É importante estimular a turma a compartilhar impressões individuais, favorecendo assim o diálogo entre os alunos e a construção coletiva do conhecimento. Pode-se perguntar sobre os temas que as obras parecem retratar, que sensações elas causam e quais elementos formais apresentam (como cores, formas, linhas, texturas etc.). Caso as obras tenham informações em outras línguas, traduzir para os alunos, inclusive letras de músicas (antes disso convém deixá-los ouvir a música sem nenhuma interferência para evitar que sejam influenciados).

Entre uma obra e outra, fazer perguntas e observações que incentivem o pensamento crítico e a reflexão dos alunos, mediando a discussão de maneira a relacionar as obras e as temáticas entre si e cuidando para não oferecer respostas prontas. Durante a mediação, sugerir que registrem por meio de desenhos ou anotações, em uma folha ou no caderno, as observações que mais lhe chamaram a atenção durante o diálogo. Proporcionar de 20 a 25 minutos para a discussão.

Após a leitura e o debate, pedir aos alunos que respondam individualmente às perguntas a seguir. É importante dedicar um tempo para a troca de ideias. Procure organizar a conversa para que todos possam compartilhar suas respostas.

1. A intolerância pode gerar violência e guerra? Como?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim, a intolerância pode gerar violência e eventos conflituosos, até mesmo a guerra. Os alunos podem dar exemplos de situações de preconceito e intolerância que presenciaram ou sobre os quais ouviram falar; podem também citar eventos históricos como guerras por motivos religiosos ou étnicos, por exemplo.

2. Como a diversidade, a paz e a violência foram representadas nas obras estudadas?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos registrem as principais características das obras apontadas durante a discussão, bem como as opiniões pessoais, ou seja, quais elementos das obras eles consideram que representam esses conceitos.

3. Um mesmo tema pode ser retratado de diferentes maneiras e por diversos artistas?

Sim. Cada artista vai retratar um tema de maneira única e pessoal em suas obras. Espera-se que no caso das obras apresentadas os alunos percebam que, apesar de tratarem dos mesmos temas, elas são distintas.

4. Que razões podem levar um artista a retratar uma cena de violência?

Resposta pessoal. O objetivo dessa pergunta é atentar o aluno para as diversas possibilidades da arte, incluindo seu caráter de denúncia e engajamento político.

Por fim, pedir que os alunos se organizem em grupos de até cinco pessoas e pesquisem em revistas, sites, jornais ou outras fontes símbolos que representem, em diferentes culturas, os temas paz e diversidade. Solicitar que tragam a pesquisa para a aula seguinte.

Aula 2

Para iniciar a aula, resgatar a organização dos alunos em grupos, de acordo com a estabelecida na aula passada para a pesquisa. Retomar os temas abordados na aula anterior com os alunos e pedir que relatem oralmente o que lembram da discussão. Para essa etapa do trabalho, estipular 5 minutos.

Em seguida, pedir que cada grupo apresente aos demais os símbolos pesquisados em casa, expondo as informações que encontraram e suas impressões. Sugere-se que, durante as apresentações, os grupos descrevam, mostrem ou desenhem na lousa os símbolos encontrados e citem sua utilização e seu significado em diferentes culturas ou movimentos. Pedir aos alunos que destaquem semelhanças e diferenças entre os resultados das pesquisas (por exemplo, a origem dos símbolos, a época e lugar em que foram elaborados, os elementos visuais e as ideias por trás de cada um).

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horizonphoto/Shutterstock.com

Símbolo da paz desenhado com margaridas em um fundo texturizado.

É possível que em suas pesquisas os alunos tenham encontrado símbolos como os utilizados na Campanha pelo Desarmamento Nuclear (1958) e posteriormente utilizados pelos hippies. É provável também que sejam apresentados símbolos como o pombo branco, a bandeira branca e o gesto com os dedos em forma de v  como símbolo da paz  e o arco-íris, representando a diversidade.

Após cada grupo apresentar o resultado de sua pesquisa, perguntar aos alunos se eles já conheciam esses símbolos e se já os viram em elementos do cotidiano, nas ruas, na TV, em objetos ou roupas, clipes de música, filmes ou meios de circulação midiáticos. Talvez muitos já tenham notado esses símbolos, principalmente os utilizados pelos hippies, em estampas de roupas ou objetos, em grafites pela cidade, em filmes ou desenhos.

Discutir com os alunos brevemente o contexto histórico em que os símbolos em questão foram criados, analisando como sua forma pode estar associada à representação dos conceitos de paz, violência ou diversidade. Se os alunos apresentarem o símbolo da campanha pelo desarmamento nuclear criado pelo artista britânico Gerald Herbert Holtom em 1958, por exemplo, perguntar se acreditam que a escolha dos elementos visuais foi aleatória e o que os traços do desenho representam. (O símbolo foi criado com base no Código Semafórico: uma pessoa usa duas bandeirolas em diferentes posições para formar sinais que representam letras e números. A inspiração de Gerald Holtom foram as representações com as bandeirolas das letras N e D  do inglês Nuclear Disarmament, ou desarmamento nuclear.)

Vale lembrar que alguns símbolos são universais, ou seja, estão presentes em diversas sociedades. Essa constatação pode ser um ponto de partida favorável à reflexão do sentido da arte como agente de união entre culturas. Além disso, pode instigar a percepção dos estudantes em relação às mensagens que as diversas formas de arte são capazes transmitir.

A seguir, duas questões pertinentes ao tema que podem integrar o diálogo sobre a pesquisa realizada pela turma.

1. Ao analisarmos alguns símbolos referentes à paz ou à diversidade, notamos repetições de cores, formas e significados. Por que isso ocorre?

Com essa questão é possível investigar a relação entre sensações, formas e cores. A cor branca é frequentemente associada ao conceito da paz, enquanto a cor preta é associada à negatividade, às trevas. Procure refletir com os alunos sobre esses padrões, questionando se essa relação corresponde à realidade.

2. Uma obra de arte é interpretada da mesma maneira por povos de lugares diferentes do mundo? Justifique sua resposta.

Trabalhar com essa questão o conceito de interpretação, mencionando a pluralidade de leituras de uma obra. Embora uma produção artística esteja vinculada a uma mensagem específica de seu criador, cada pessoa pode desenvolver a própria leitura. Procure realizar experimentos durante momentos de fruição para averiguar a pluralidade de reações da turma perante a mesma obra, de modo que os alunos se sensibilizem em relação à individualidade e aprendam a compartilhar e respeitar opiniões.

Em seguida, a partir do que foi discutido nas aulas, formar novos grupos e propor a criação de um símbolo que retrate os conceitos de diversidade e paz. Orientá-los para que pensem nos elementos constitutivos do símbolo, por exemplo, cor, forma, traços, textura etc., e desenvolvam um estudo com os riscadores e suporte de sua preferência (podem utilizar giz de cera ou pastel, canetas, lápis, tinta, papéis variados). Estipular de 25 a 30 minutos para essa etapa. Para a próxima aula, trazer o registro elaborado. Outra opção é criar o símbolo com tecnologia digital; essa é uma boa oportunidade para utilizar a sala de informática.

Aula 3

Organizar os alunos em círculo, de modo que os integrantes de cada grupo formado na aula anterior fiquem juntos. Em seguida, pedir que os grupos apresentem os símbolos que criaram na última aula. Realizar, entre uma apresentação e outra, uma pausa para refletir com a turma sobre o processo criativo do grupo. Procurar acrescentar no diálogo as influências de simbologias conhecidas e do universo vivencial dos alunos. Investigar com a turma o que levou cada grupo a escolher determinada forma, cor, traço etc. Pedir que os alunos destaquem o que acharam interessante nos símbolos e se os consideram coerentes com os conceitos de paz e diversidade.

Após as apresentações, discutir com os alunos sobre o emprego de determinados símbolos no marketing e na moda. Averiguar a utilização dos símbolos no trabalho de designers, expondo brevemente o trabalho desses profissionais. O símbolo da campanha contra o desarmamento nuclear, de Gerald Herbert, frequentemente é empregado em estampas de roupas, acessórios, cadernos, entre outros objetos. Esse mesmo símbolo remete à cultura dos hippies e também à do movimento rastafári, e, em ambas, representa a paz. Aproveitar a ocasião para conceituar a categoria de design.

Em seguida, explicar aos alunos que a paz e a diversidade (entre outros temas) podem ser simbolizadas também em monumentos. Perguntar se já viram ou conhecem algum monumento no Brasil ou em outro país relacionado à temática. É possível que alguns alunos possam ter visto monumentos famosos em filmes, fotografias ou mesmo pelas ruas da cidade. Explicar que muitos artistas ou organizações criam monumentos, geralmente esculturas, para simbolizar o fim de um conflito ou o ideal de uma nação, por exemplo. Mostrar imagens de monumentos à paz e à diversidade existentes no Brasil e no mundo, como o Monumento à Paz Mundial, em Goiânia (GO), projetado pelo artista brasileiro Siron Franco, o monumento Marco da Paz, no Pátio do Colégio em São Paulo (SP), projetado pelo italiano Gaetano Brancati Luigi, ou a escultura intitulada Não violência, alocada na sede da ONU em Nova York (EUA) e projetada pelo artista sueco Kart Fredrick Reutersward.

A partir das imagens apresentadas, analisar com os alunos os elementos formais dos monumentos. No caso de esculturas, verificar qual a sua dimensão; quanto espaço ela ocupa; de que material é feita; como pode ter sido seu processo de criação, construção e projeção; quais formas, cores e texturas possui; o que poderia ter levado o artista a projetá-la dessa forma; que sensação e qual mensagem transmite. Determinar cerca de 20 minutos para a fruição e a discussão.

Por fim, pedir que os alunos pesquisem em livros, sites, revistas ou jornais outros monumentos que simbolizam a paz e a diversidade. Solicitar que tragam para a próxima aula anotações ou imagens que acharem interessantes. Além disso, pedir que juntem objetos descartados e materiais recicláveis devidamente higienizados, como garrafas PET, papelões, entre outros, para utilizarem na aula seguinte. Não esquecer de solicitar tesoura, cola e fita adesiva para colagem dos objetos.

Aula 4

Para iniciar a aula, organizar os alunos em círculo. Esse primeiro momento da aula será dedicado à exposição das pesquisas sobre monumentos. Pedir que cada um compartilhe brevemente as informações que encontrou. Caso o aluno tenha trazido imagens ou outros registros dos monumentos, solicitar que passe para o colega do lado observar, e assim sucessivamente, de modo que o material circule.

Após terem conhecido uma pluralidade de monumentos por meio do compartilhamento das pesquisas, convidar os alunos a se organizarem novamente em grupos e unirem suas ideias e materiais para a criação coletiva de um monumento que simbolize a paz e a diversidade. A intenção é que ajam de maneira colaborativa e desenvolvam, assim, a capacidade de trabalhar em grupo e de solucionar problemas. Estipular um tempo de 20 a 30 minutos para essa etapa.

Durante o desenvolvimento do projeto, procurar esclarecer possíveis dúvidas e, se preciso, ajudar os grupos na organização do desenvolvimento do trabalho. O recomendável é que iniciem a produção por um esboço, considerando os materiais disponíveis. As questões a seguir podem ser usadas para auxiliar os grupos no rumo a tomar para a construção do monumento:

Sobre os elementos formais: como serão as formas e texturas do monumento e por quê?

Se for colorido, o que as cores vão simbolizar?

Ao observar o esboço, que sensação o monumento deverá transmitir?

Qual será a dimensão do monumento? Onde ele será exposto (local aberto ou fechado)? Quais materiais e técnicas serão utilizados?

Disponibilizar o restante da aula para o início da produção. É importante auxiliar os alunos quanto ao manuseio de instrumentos ou materiais que possam machucá-los, como estilete e cola quente, e ter cuidado com rebarbas de garrafas etc. Lembrar de forrar o local onde será construído o monumento  mesa ou chão, por exemplo  para evitar danos. Se possível, registrar o processo de criação dos grupos por meio de vídeos, fotografias, anotações e desenhos. Os alunos poderão finalizar o monumento coletivo na aula seguinte. Ajude-os a guardar os materiais em um local seguro na escola.

Aula 5

Para começar a aula, organizar novamente a sala de modo a disponibilizar um espaço para que os grupos finalizem a construção do monumento coletivo.

É importante acompanhar a prática coletiva e auxiliar os alunos quando necessário. Determinar cerca de 40 minutos para essa etapa. Ao final da aula, organizar a sala e guardar o monumento para que o apresentem na aula seguinte.

Aula 6

Para iniciar a aula, pedir que os alunos posicionem o monumento coletivo em um local da sala para que todos possam observá-lo.

Fazer uma roda de conversa e comentar a respeito da sensação que o monumento coletivo transmite a cada um, bem como sobre o processo criativo dos alunos e a prática conjunta. Em relação ao processo criativo, relembrar os diálogos durante as aulas, bem como as obras e os temas discutidos. Convidar os alunos a expor suas impressões a respeito do processo de construção do monumento, da discussão coletiva para elaboração do projeto, da escolha de materiais e dos símbolos utilizados e de como estão simbolizados no monumento coletivo. Estimular a turma a comparar o projeto, ou ideia inicial, com a obra finalizada: O que foi idealizado e o que foi realizado? Quais as diferenças? Por que as possíveis mudanças em relação ao projeto inicial aconteceram?

Pedir que façam um registro do monumento pronto a partir de desenhos ou fotografias e que anotem o que consideraram mais interessante durante o processo criativo. A partir dos registros feitos durante o processo de criação e os do monumento final, os alunos podem criar um portfólio coletivo ou individual. O portfólio permite a autoavaliação do aluno e é uma forma de acompanhar seu desenvolvimento criativo.

Por fim, propor a exposição do monumento para toda a escola; a obra pode ficar exposta no pátio ou em um ambiente externo de grande circulação.

Para trabalhar dúvidas

Cada aluno possui um tempo e uma maneira de compreender ou assimilar as discussões e os conteúdos propostos. Por isso, durante as aulas, alguns alunos podem apresentar dificuldade com relação ao reconhecimento de símbolos; as dificuldades surgirão se não ficar claro o que é um símbolo. Nesse caso, sugere-se a retomada da conceituação de símbolo e a seguinte proposta: apresentar aos alunos diferentes ilustrações, entre elas de alguns símbolos; pedir aos alunos que classifiquem cada ilustração, de forma a evidenciar as características de um símbolo (por exemplo: Isto é um símbolo? Se sim, por quê? Se não, por quê? Qualquer coisa pode se tornar um símbolo? O que é necessário para que algo se torne um símbolo?).

Ampliação

Os alunos podem pesquisar se na cidade onde moram há monumentos históricos e/ou esculturas que simbolizem a paz e a diversidade. Em caso afirmativo, verificar a possibilidade de realizar com a turma uma visita técnica. Na ausência de um monumento que simbolize a paz e a diversidade, pesquisar algum outro monumento histórico da cidade. A pesquisa pode ser realizada na biblioteca ou sala de informática da escola (em sites, na página oficial da prefeitura da cidade, em mapas turísticos, entre outros).

Na aula 3, falou-se brevemente a respeito do design, especialmente sobre a criação de estampas a partir de símbolos. Uma maneira de ampliar o tema é propor aos alunos a criação de uma estampa com os símbolos elaborados por eles. Pode-se, por exemplo, utilizar uma peça de roupa ou um objeto de que gostariam de customizar. A técnica utilizada para estampar pode ser o estêncil.


Fonte: PNLD

Construindo um perfil da vegetação em escala local

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Sequência didática

Construindo um perfil da vegetação em escala local

Nesta sequência, serão ampliados os conceitos de formação vegetal e de bioma, para que os alunos representem em um perfil de vegetação as espécies existentes no entorno da escola ou em um parque ou praça próximos da escola. Por meio de estudo de campo, os alunos conhecerão e registrarão em uma representação esquemática a sequência das espécies vegetais existentes na área de estudo selecionada pelo professor para esta atividade. Os perfis serão expostos no mural da escola.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.

Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Competências específicas

Específicas de Geografia

1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.

Habilidades

(EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Objetivos de aprendizagem

Conhecer a formação vegetal existente no entorno da escola ou próximo a ela (praça, parque, unidade de conservação).

Entender como é elaborado um perfil de vegetação.

Elaborar um perfil esquemático da vegetação a partir de estudo de campo.

Conteúdos

Biomas e formações vegetais do Brasil.

Representação da vegetação em perfil esquemático longitudinal.

Materiais e recursos

Apontador.

Barbante.

Borracha

Caneta hidrocor.

Cópias das fichas usadas nesta sequência didática.

Fita métrica.

Lápis grafite.

Lápis de cor.

Máquina fotográfica (ou celular com câmera).

Papel kraft ou pardo ou cartolina.

Papel sulfite A4.

Prancheta.

Régua.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Para iniciar a aula, organizar a turma em uma roda de conversa. Destinar 20 minutos para essa etapa. Fazer o levantamento dos saberes prévios dos alunos a respeito do tema por meio de algumas perguntas, tais como:

Em quais locais próximos da escola vocês sabem que há algum tipo de cobertura vegetal?

Como são esses locais? Como é essa vegetação?

Em quais locais próximos da escola vocês pensam que poderia existir vegetação, mas não há? O que existe nesses locais?

Vocês sabem qual é a vegetação nativa da região em que a escola se localiza?

Como vocês imaginam que era a paisagem natural da região em que a escola se situa?

Manter a cobertura vegetal em um local é importante? Por quê?

Em seguida, explicar que eles farão um estudo para reconhecer e representar a vegetação que existe nos arredores da escola. O estudo terá início com a representação da vegetação nativa da região em papel sulfite A4. Reunir os alunos em duplas ou trios para desenhar como os integrantes do grupo imaginam a paisagem da região, destacando a vegetação original nessa representação.

Ao longo da atividade, fazer intervenções pontuais para dar dicas ou informações a respeito das características do bioma da região ou, ainda, para resolver dúvidas e compartilhar opiniões com a turma. Os grupos precisam colocar um título no desenho e colori-lo. Destinar os 30 minutos restantes para essa atividade.

Na aula seguinte, será realizada uma atividade de campo. Por isso, é necessário informar aos alunos e solicitar que levem, na próxima aula, as autorizações de saída assinadas pelos seus respectivos responsáveis.

Aula 2

A turma será levada para uma atividade de campo, assim, é preciso planejar e organizar os alunos de forma a garantir a segurança e a supervisão de todos durante a saída. Se possível, contar com o auxílio de monitores e/ou outro professor que possa acompanhar a atividade.

Organizar previamente o estudo de campo que a turma fará nesta aula. Providenciar cópias da ficha de registro e estruturar o roteiro que os alunos realizarão para estudar a formação vegetal (relação entre o bioma local e o relevo) ou o bioma local. Se houver um local interessante com espécies nativas da região perto da escola, em uma praça ou parque no caso de uma área urbana, o estudo pode ser realizado nesse lugar. Caso a escola se situe em uma área com cobertura vegetal no entorno e poucas intervenções urbanas, a turma poderá estudar nesse local.

É recomendável uma parceria com professores de Matemática nesta atividade, pois os alunos terão de medir a distância entre uma planta e outra para elaborar uma representação da sequência de plantas de uma parte do local visitado nesse estudo de campo em visão horizontal. Para isso, pode-se trabalhar com noções de proporção e de escala de representação.

Selecionar no local do estudo de campo ao menos cinco áreas para que os alunos contabilizem a quantidade de espécies e meçam com a fita métrica a distância entre as plantas ao longo de uma linha reta com 1 m a 2 m de extensão.

Organizar a turma em quartetos para um trabalho de observação, descrição e representação de paisagem com ênfase na vegetação. Os registros ocorrerão em ficha, conforme o modelo a seguir.

MODELO DE FICHA DE REGISTRO PARA O ESTUDO DE CAMPO

FORMAÇÃO VEGETAL NO ENTORNO DA ESCOLA

Nomes: _________________________________________________________________________________

Data: ____________________________

Turma: ________________________

Orientações

1. Esta ficha de registro será preenchida durante o estudo de campo.

2. Todo o grupo é responsável por anotar, desenhar, fotografar e medir, ou seja, coletar dados para serem trabalhados em sala de aula.

3. Atitudes colaborativas e respeitosas são esperadas e desejadas durante o processo de trabalho.

Local visitado: _______________________________________________________________________

Horário da visita: _____________________________________________________________________

Descrição da paisagem:

Características específicas da cobertura vegetal (presença ou ausência de árvores, tamanho das espécies, predominância de uma espécie em relação a outras, está próxima a um curso d’água ou não, como é o solo onde essa vegetação se fixou):

Coleta de dados na faixa de 1 m a 2 m de comprimento

Quantidade de espécies vegetais

Principais características

A linha abaixo representa a faixa de barbante usada pelo grupo para medir a distância e contar a quantidade de espécies vegetais na área de estudo. Represente nessa linha a sequência das plantas existentes no local em que seu grupo fez a coleta de dados. Tente manter uma noção de proporção entre os tamanhos das plantas e entre as distâncias que as separam. Lembre-se de que é apenas um esboço.

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Ver a seguir dois exemplos de esboço de perfil de vegetação.

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agnes78/Shutterstock.com

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Danussa/Shutterstock.com

Para ajudar no trabalho de análise que será realizado na escola, se possível, fazer algumas fotos do local visitado e da área em que o grupo coletou os dados sobre a cobertura vegetal.

Aulas 3 e 4

Nesta aula, os dados coletados no estudo de campo serão analisados para que os grupos elaborem o seu perfil esquemático da vegetação local.

Organizar uma estação de materiais previamente e pedir aos alunos que formem os grupos do estudo de campo.

Cada grupo deverá pensar em uma maneira de representar as informações coletadas em campo em um cartaz feito em papel kraft, pardo ou cartolina. Orientar os grupos a ampliar o tamanho do esboço de perfil esquemático da sequência das plantas elaborado no estudo de campo. Após a elaboração da versão ampliada do esboço, orientar os grupos a colorir o perfil esquemático.

Com o perfil pronto, pedir aos alunos que indiquem os nomes das plantas, escrevendo-os e usando setas para sinalizar a relação entre o nome e o desenho.

Os grupos podem completar o perfil colando fotografias do local de estudo, evidenciando as características da paisagem e da cobertura vegetal representada. Destinar uma aula e meia para essa atividade.

Nos 20 minutos restantes da aula 4, realizar uma avaliação coletiva da produção da turma e do percurso de estudo por meio de uma roda de conversa, além de uma síntese individual para que cada aluno expresse o que aprendeu, as dúvidas que apareceram e ainda permanecem, o que gostaria de aprofundar ou de saber mais.

Para trabalhar dúvidas

Caso algum aluno ou grupo apresente dificuldade na realização das atividades, indicar materiais (como textos e vídeos) que abordem as características das formações vegetais e/ou biomas brasileiros para resolução de dúvidas. Retomar com os alunos os conceitos mais importantes do estudo. Disponibilizar materiais de consulta, como livros didáticos, atlas, textos informativos, depoimentos de moradores do município e fotografias para os alunos acessarem sempre que tiverem dúvidas. Conversas dos alunos com o professor, leituras compartilhadas e rodas de conversas também podem ser organizadas de modo a solucionar as questões apresentadas pelos alunos.

Avaliação

É recomendável avaliar os alunos em duas etapas:

1. avaliação do percurso e dos resultados do trabalho em grupo (perfil esquemático da vegetação), para que o grupo expresse o que aprendeu ao fazer a atividade e os alunos se avaliem dentro do trabalho proposto;

2. síntese individual para sistematizar o conteúdo conceitual aprendido (um pequeno texto sobre o conceito de formação vegetal e sua relação com a paisagem do lugar estudado, acompanhado de um esboço de perfil de cobertura vegetal).

Ampliação

Os alunos poderão pesquisar sobre os municípios vizinhos para realizar a mesma atividade de produção de um perfil esquemático de vegetação. Sugere-se também propor uma atividade para criar uma campanha de intervenção em um espaço público para a recomposição da vegetação nativa que engaje a comunidade escolar.


Fonte: PNLD