Princípios da Aprendizagem dialógica
Diálogo igualitário: compreensão de que todas as pessoas são inteligentes, e que
a inteligência de cada pessoa se faz a partir do corpo e da experiência de vida
que cada uma tem. Valorização das falas com base nos lugares ocupados pelos
sujeitos que a pronunciam.
Inteligência Cultural: o princípio da inteligência cultural pressupõe e
reconhece a inteligência com o processo intersubjetivo, originário das
experiências de vida dos sujeitos nos seus contextos imediatos e sempre
localizados em grupos e culturas. A subjetividade de cada pessoa, a forma de se
ver, compreender, sentir o mundo, vai se formando e transformando a partir das
interações com os sujeitos com quem se vai convivendo, concordando,
discordando, disputando, confrontando.
Transformação: transforma as relações entre as pessoas e o seu entorno por
meio do diálogo. Ao compartilhar
diferentes pontos de vista e maneiras de analisar e resolver as situações, por
meio do diálogo, guiado pala validade dos argumentos, necessariamente se
estabelece um processo de mudança com duas orientações comunicáveis: uma
transformação interna e externa, buscando benefício de todos.
Dimensão instrumental de aprendizagem:
Propõem o diálogo igualitário, no campo do que vai ensinar e
aprender, já que todas as pessoas podem apresentar conhecimento diverso no seu
processo de aprendizagem. Porém, ter acesso ao conhecimento acadêmico e
aprender a selecioná-lo, analisá-lo, etc., é fundamental para que cada pessoa
possa se proteger e se movimentar. No
entanto, este tipo de conhecimento não deve ser tomado como muros
antidialógicos, estabelecendo hierarquias e degraus entre as pessoas. Todas as
pessoas possuem inteligência cultural, num diálogo que visa e promove a
transformação pessoal e social.
Criação de sentido: sociedade da informação criando individualismos e solidão. A escola deve ser um espaço para
conversar e não para calar, isso porque o sentido só ressurge quando as pessoas
podem dirigir suas próprias interações. Aposta na capacidade das pessoas de
escolherem diálogo igualitário, pautados na inteligência cultural.
Solidariedade: a solidariedade é o elo que mantem os sujeitos conectados num
pertencimento ao mesmo mundo social. E transforma-se em aprendizagem dialógica
desde a interação pessoa, como de solidarização de pessoas com grupos em
situação de exclusão social.
Igualdade de diferenças: busca a igualdade na garantia de direitos e proteção
social à todos os grupos e pessoas, com o igual direito a ser diferente, ou
seja, proteção social sem homogeneização cultural e sem formatação dos percursos e escolhas pessoais. O
conhecimento pode ser instrumento de
desigualização, já que a informação na atualidade se transforma em capacidade
para a ação.