Sequência didática |
Música e meio ambiente
Nesta sequência, será abordado o conceito de paisagem sonora e notação não convencional. A exploração de sons naturais e a produção de instrumentos alternativos culminarão na criação de uma música com a temática meio ambiente.
A BNCC na sala de aula
Objetos de conhecimento |
Música Contextos e práticas Elementos da linguagem Materialidades Notação e registro musical Processos de criação Artes Integradas Processos de criação |
Competências específicas |
2. Compreender as relações entre as entre as linguagens da
Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso
das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo
audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada
linguagem e nas suas articulações. 8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o
trabalho coletivo e colaborativo nas artes. |
Habilidades |
Música (EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes
meios e equipamentos culturais de circulação da música e do conhecimento
musical. (EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos
musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar a
capacidade de apreciação da estética musical. (EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da
música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de
recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos,
canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação
musicais. (EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros
em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos. (EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de
registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e
procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de
registro em áudio e audiovisual. (EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições,
arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando
vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos,
convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira
individual, coletiva e colaborativa. Artes Integradas (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as
relações processuais entre diversas linguagens artísticas. |
Objetivos de aprendizagem |
Explorar e analisar elementos constitutivos da música e
das propriedades sonoras por meio da leitura e interpretação não
convencionais dos sons. Explorar e identificar diferentes formas de registro
musical não convencional a partir de notações criativas. Explorar e analisar fontes e materiais sonoros como o
corpo e instrumentos ou objetos não convencionais em práticas de composição,
execução e apreciação musical. Identificar e explorar os sons naturais e criar
composições utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos não
convencionais. Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e
imaterial de culturas diversas, em especial a brasileira, por meio da
apreciação, análise e reprodução dos sons da natureza, incentivando a
reflexão acerca do tema Meio Ambiente. |
Conteúdos |
Paisagem sonora Sons naturais e artificiais Notação musical não convencional Instrumentos musicais não convencionais Propriedades sonoras Meio ambiente |
Equipamento para reprodução de imagem e para reprodução de som.Materiais e recursos
Gravador de áudio e câmera de vídeo ou celular com câmera de vídeo.
Materiais recicláveis, naturais ou descartados, como garrafas PET, caixas de papelão, baldes, sementes, folhas secas, grãos etc.
Papel ou caderno para anotações e registros.
Lápis, caneta, fita adesiva ou fita-crepe, cola, tesoura, régua, barbante.
Desenvolvimento
Quantidade de aulas: 8 aulas.
Aula 1
Iniciar a aula propondo aos alunos a fruição da paisagem sonora no ambiente escolar. Para isso, escolher um local fora da sala de aula (como pátio ou algum local aberto), com sons provenientes de várias direções e lugares. Pedir que levem lápis e caderno para fazer anotações.
No ambiente escolhido, organizar os alunos em círculo e pedir que se atentem aos sons desse ambiente. A ideia é que explorem o conceito de paisagem sonora e percebam os diversos sons que a constituem, como os naturais (provenientes da natureza) e os artificiais (produzidos por instrumentos, máquinas etc.). De acordo com o local escolhido, os alunos podem perceber os sons que vêm de dentro da escola (como vozes, mesas e cadeiras sendo arrastadas, passos de pessoas etc.), os sons que vêm de fora, como pessoas conversando na rua, carros passando, canto de pássaros, folhas de árvores balançando, vento etc., ou ambos.
Os alunos podem fechar os olhos para aguçar a audição e, em seguida, descrever oralmente os sons, tentar descobrir de que direção eles vêm e qual sua fonte; por exemplo: se são produzidos por máquinas, se são vozes de pessoas, se são sons emitidos por pássaros, entre outros. É importante refletir sobre os diferentes sons que compõem a paisagem sonora, inclusive os ruídos e até mesmo o silêncio. Nesse momento, estimular os alunos a fazerem algumas reflexões. Por exemplo, se o silêncio faz parte da paisagem sonora; o que são ruídos; e quais sons estão presentes no cotidiano, inclusive aqueles que muitas vezes passam despercebidos. Orientá-los a que se atentem às características de cada som, por exemplo, se é longo ou curto, agudo ou grave, forte ou fraco etc. A ideia é refletir sobre as propriedades do som, ou seja, altura, timbre, intensidade e duração.
Em seguida, pedir aos alunos que registrem graficamente os sons e as fontes sonoras percebidos por eles. A ideia é explorar a notação musical de forma criativa e não convencional, deixando que usem a imaginação para fazer essa representação. É possível, por exemplo, utilizar linhas curtas ou longas para representar a duração do som, grafismos grossos e escuros ou finos e claros para intensidade etc. Outra possibilidade é classificá-los em alturas diferentes, por exemplo, alto ou baixo. Terminados os registros, propor que experimentem entoar com a própria voz os sons que representaram graficamente nessa partitura não convencional. Os alunos podem também escolher uma ou mais partituras por eles elaboradas para interpretarem coletivamente, de forma que cada um procure interpretá-la à sua maneira, utilizando a voz.
Após essas práticas (individual e coletiva), comentar a respeito da notação convencional utilizada na música para representar os sons: a utilização da pauta (ou pentagrama) para registrar a clave, as notas, as pausas que representam o silêncio e as figuras das notas para determinar a duração. Não se trata aqui de ministrar uma aula sobre as notações musicais e seus significados a fim de que os alunos aprendam a ler uma partitura, mas sim de mostrar a eles que esses símbolos existem e que são importantes, cada um com seu significado. Além disso, discutir as diversas possibilidades de representar os sons graficamente, como muitos artistas e compositores fizeram e ainda fazem, por exemplo, a música experimental, que será abordada posteriormente. A partir das vivências e reflexões, os alunos podem estabelecer relações entre os sons e sua representação/registro por meio da notação não convencional, ampliando a escuta, a criatividade e o desenvolvimento da capacidade de representação, leitura e interpretação musical.
As anotações e os desenhos criados pela turma durante a aula são registros que auxiliam não só o professor, mas também o aluno no acompanhamento de seu processo criativo. É importante que todos os alunos registrem os pontos que considerarem mais significativos.
Ao final na aula, como tarefa extraclasse, pedir que gravem, em áudio ou audiovisual, os sons naturais de um ou mais ambientes; por exemplo, o som de folhas de árvores balançando, o som da chuva e do vento, os sons emitidos pelos animais, entre outros. Para isso, os alunos podem utilizar um celular ou um gravador. Sugerir um tempo de 30 a 40 segundos para cada áudio. As gravações serão utilizadas na aula seguinte.
Aula 2
Para iniciar a aula, organizar os alunos em círculo e fazer um breve diagnóstico a respeito do que conhecem sobre os seguintes profissionais: compositor, regente e intérprete. Esse assunto será abordado com mais detalhes posteriormente. Destacar que eles já experimentaram o processo de composição e interpretação anteriormente e que o farão novamente, em seguida.
Propor então aos alunos que compartilhem suas gravações e escolham uma ou mais para interpretar. Na aula anterior, eles interpretaram os sons do ambiente que registraram utilizando apenas a voz. A ideia agora é que utilizem o movimento do corpo para interpretar esses mesmos sons. Explicar-lhes que não se trata de mímica, mas de uma representação dos sons a partir de uma leitura relativa, ou seja, eles vão considerar os parâmetros sonoros abordados anteriormente. Para tanto, retomar o que foi discutido a respeito de altura, intensidade, timbre e duração. Uma possibilidade é estabelecer um movimento corporal para cada som escolhido; por exemplo, para representar um som curto ou longo, eles podem dar pulos ou passos curtos ou longos, respectivamente. No caso de sons altos (agudos) ou baixos (graves), os alunos podem abaixar-se ou ficar em pé, considerando diferentes alturas.
Por fim, anotar as seguintes questões na lousa e pedir que os alunos reflitam e respondam para a próxima aula:
1. Na sua opinião, os sons naturais podem ser considerados música? E os ruídos? Por quê?
Resposta pessoal.
2. Para você, o silêncio pode estar presente no cotidiano e na música? Explique.
Resposta pessoal.
3. Defina música para você?
Resposta pessoal.
Aula 3
Iniciar a aula organizando os alunos em semicírculo. Retomar o que foi abordado anteriormente e discutir com a turma as perguntas do fim da aula anterior, de modo que os alunos possam compartilhar suas respostas e expor suas ideias e reflexões. Pode-se também dialogar a respeito da intenção por trás da criação de uma composição musical e o porquê muitos compositores utilizam os sons naturais em suas músicas, assim como ruídos. É importante que os alunos reflitam sobre o silêncio na música, o que é a pausa e como o silêncio pode ou não estar presente no cotidiano.
Durante o diálogo, instigar os alunos a refletirem sobre o que acham que é a música, se ela deve ser composta apenas de sons agradáveis e o que é necessário para compor uma música. A partir dessas reflexões, os alunos podem pensar a respeito dos gostos pessoais, lembrando que o que agrada um pode não agradar o outro. Durante essa reflexão, salientar a importância do respeito ao outro. Além disso, é importante reconhecer as diversas possibilidades que os compositores buscam em suas criações, como na música experimental e na contemporânea.
Em seguida, apresentar obras que tratem da notação musical não convencional ou da experimentação na música contemporânea. A nutrição estética enriquece o diálogo a respeito do tema e amplia o repertório dos alunos. Uma vez que eles já realizaram algumas experimentações, nessa etapa a intenção é se aprofundar um pouco mais no tema. Alguns exemplos de obras que podem ser abordadas são o vídeo Miniwanka, de Murray Schafer, as esculturas Navigating Into a New Night e Musical Buoy in Search Towards a New Shore, de Nathalie Miebach, e os vídeos 4’33 e Water Walk, de John Cage. Durante a mediação, os alunos podem compartilhar suas impressões a respeito de que sensações as obras transmitem e de quais temas parecem tratar. No caso das partituras, o que as representações gráficas sugerem; em relação às performances e às músicas, quais instrumentos ou objetos são utilizados e se são convencionais ou não.
Em seguida, retomar o que foi discutido a respeito de fontes sonoras. Ao longo das experimentações e fruições, os alunos puderam identificar diferentes fontes sonoras. A ideia agora é que explorem diversos objetos do cotidiano para que percebam as várias possibilidades de criação musical. Antes dessa etapa, apresentar músicas, performances, flash mobs ou trechos de filmes em que são utilizados diversos objetos e fontes sonoras para compor o instrumental. As obras Chuva ou Canos, do projeto Embatucadores, são ótimos referenciais para a nutrição estética.
Analisar com a turma os objetos sonoros utilizados pelos artistas e dialogar sobre a construção de instrumentos não convencionais, inclusive a utilização do próprio corpo como fonte sonora. Após a discussão, organizar os alunos em círculo e propor uma breve experimentação. Pedir que reúnam diversos materiais, como cadernos, lápis, estojos, mesa, cadeira ou tambor de lixo, e propor que explorem as sonoridades desses objetos. Eles podem explorar também a percussão corporal, percebendo a sonoridade ao bater palmas, estalar dedos etc.
Por fim, pedir aos alunos que explorem em seu cotidiano diferentes fontes sonoras e que coletem diversos materiais ou objetos sonoros, pensando em sua utilização para a posterior construção de instrumentos musicais. Os materiais coletados podem ser objetos descartados como garrafas PET, tambores, parafusos, caixas vazias, entre outros. Além disso, é interessante que juntem fontes sonoras naturais, como sementes, grãos e folhas secas. Para complementar essa etapa da atividade, orientar que pesquisem na sala de informática como construir alguns instrumentos musicais não convencionais com os itens coletados. A construção dos instrumentos será feita na aula seguinte.
Aula 4
Organizar os alunos em círculo para que compartilhem suas pesquisas. Dialogar sobre quais instrumentos acharam interessantes e que ideias desenvolveram para a elaboração de instrumentos não convencionais. Eles podem organizar os objetos coletados no centro do círculo para analisá-los, expondo ideias e sugestões de como utilizá-los.
Em seguida, é interessante lembrá-los das experiências e práticas anteriores nas quais exploraram e identificaram diferentes fontes sonoras naturais e artificiais. Sugerir que analisem, anotem, desenhem, gravem ou registrem a sonoridade de cada objeto para que possam selecionar aqueles que acharem interessantes. Assim que escolherem os objetos, podem iniciar a construção.
Os alunos podem elaborar um esboço de como será produzido o instrumento e realizar testes com diferentes materiais. Podem testar a sonoridade de sementes e grãos, de garrafas PET, folhas secas etc. Cada aluno construirá um instrumento e é interessante que haja uma variação, pois eles serão utilizados na composição instrumental que será feita na próxima aula.
Distribuir fita adesiva ou fita-crepe, barbante, tesoura, cola. É interessante que os alunos estilizem seus instrumentos com gravuras, desenhos, colagens etc.
Orientar os alunos a explorar a sonoridade dos instrumentos produzidos por eles e incentivá-los a ampliar o repertório musical através de pesquisas. Vale lembrar que o propósito dessa situação de aprendizagem não é reproduzir ou criar paródias de outras músicas, e sim explorar a criação.
Aula 5
Antes do trabalho de composição com os instrumentos construídos na aula anterior, organizar os alunos em semicírculo e fazer uma sondagem acerca do que pensam e conhecem sobre o tema meio ambiente. É importante que durante a discussão a temática seja articulada ao universo artístico e vivencial do aluno. Perguntar a opinião da turma sobre a preservação do meio ambiente, pedindo que identifiquem os principais problemas ambientais da região onde vivem.
Verificar se os alunos conhecem músicas, filmes, peças teatrais, pinturas ou esculturas sobre o meio ambiente e se acham o tema relevante. Em seguida, apresentar algumas obras sobre essa temática, destacando músicas de artistas nacionais. As intervenções Pintado, Caiaques e Labirinto, todas do brasileiro Eduardo Srur; as músicas Bichos do mar, de Lenine, Xote ecológico, de Luiz Gonzaga, e Panorama ecológico, de Erasmo Carlos; e a música instrumental Amazônia I, de Egberto Gismonti, são exemplos de obras que podem ser abordadas.
No caso das artes visuais, é importante dialogar sobre a materialidade das obras, seu contexto, as sensações que elas causam e sua relação com o espaço em que foi exposta ou instalada. Em relação às músicas, comentar sobre o desempenho do artista, compositor ou intérprete, e sobre a mensagem que a letra (se houver) transmite. No caso de música instrumental, é possível questionar como o aluno consegue relacionar harmonia e melodia ao meio ambiente. Perguntar também quais fontes sonoras puderam identificar, se conhecem o gênero, o ritmo ou o artista em questão, e o que pode tê-lo levado a compor tal obra. Aproveite o momento para promover uma reflexão sobre o ato de compor, tendo em vista as motivações do compositor e o processo de composição instrumental.
Em seguida, propor aos alunos que se organizem para compor uma música a partir do tema meio ambiente. Dividir a turma em dois grupos. Um dos grupos vai compor e executar o instrumental da música (com os instrumentos construídos na aula anterior), outro vai compor uma letra para essa música e cantar, e um aluno será o regente da apresentação.
A escolha de como os instrumentos serão utilizados é dos alunos. É preciso atentar-se apenas à duração da música e estabelecer um tempo entre 2 e 3 minutos. Além disso, é importante auxiliar os grupos, quando necessário, em relação à composição da letra e ao ritmo, tendo o cuidado de não os limitar, de modo que experimentem à vontade, utilizando a criatividade e a curiosidade.
Aula 6
Para dar início à aula, reorganizar os grupos conforme a proposta da aula anterior.
Frisar que o diálogo entre os grupos é muito importante para que ambos conheçam tanto a letra como o instrumental. Além disso, é necessário que haja a participação do regente em todas as etapas de desenvolvimento da composição, principalmente na que se refere ao instrumental, pois a criação de comandos manuais (gestos) para reger o grupo será desenvolvida de acordo com a notação musical feita pelos compositores. Comentar com os alunos que os maestros costumam utilizar uma batuta para conduzir os músicos, mas que a ausência desse instrumento não o impede de realizar seu trabalho.
Tatiana Popova/Shutterstock.com
Maestrina usando batuta para regência.
É importante realçar o trabalho do regente, apresentando e destacando o papel desse profissional. Fazer uma breve explanação sobre os principais gestos utilizados na regência. Não é necessário aprofundar-se quanto à teoria e à prática da regência, como a contagem exata do ritmo e do compasso (binário, ternário ou quaternário). Deve-se basicamente orientar os alunos a respeito de como o gesto do maestro está associado ao andamento da música, às dinâmicas e entradas.
No decorrer da composição instrumental, o aluno regente poderá: criar um gesto para indicar quando e como os intérpretes vão iniciar a música; indicar entradas e cortes para as vozes e instrumentos; o andamento que, nesse caso, não precisa seguir fielmente os compassos (mas é necessário que se determine se será lento, médio ou rápido); quando devem terminar a música. É importante orientar o aluno que será responsável pela regência para que cada gesto seja discutido entre os integrantes grupos.
Tanto os grupos quanto o maestro precisam criar notações musicais; portanto, após elaborarem as composições, será necessário discutirem como vão juntar ou elaborar uma partitura final, estabelecendo elementos ou figuras para representar cada instrumento, o andamento, a intensidade, a duração e a altura da música. As vozes podem ser apenas escritas, mas seria interessante o maestro acrescentar sinais para indicar as entradas e os cortes.
A notação musical não precisa ser complexa, a ideia é justamente o contrário: os alunos podem habituar-se com a escrita e a leitura musical de maneira criativa, coletiva e colaborativa. Talvez sejam necessárias mais de duas aulas para a elaboração da proposta e os ensaios, dependendo do desenvolvimento da turma. É importante que o professor acompanhe cada etapa e oriente a turma sanando suas dúvidas.
Os alunos podem registrar as ideias e os pontos que acharem mais significativos durante o processo criativo, criando um portfólio, que além de ter a função de auxiliar no acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem, também consiste em um rico registro pessoal.
Aula 8
Nas aulas anteriores, os alunos elaboraram e ensaiaram a música criada a partir do tema meio ambiente. Agora, eles podem sugerir formas de apresentá-la para outras turmas da escola, pensando no espaço em que vão se apresentar, como palco, quadra, pátio, entre outros. A partir das sugestões da turma, organizar com a direção e os funcionários da escola um momento para a apresentação, que terá por volta de 2 a 3 minutos.
Após a apresentação, retornar com os alunos para a sala ou fazer um círculo no próprio local e dialogar sobre a experiência, desde as primeiras práticas e discussões anteriores até a elaboração da música final.
Dialogar sobre as impressões dos alunos dessa experiência, quais momentos consideraram mais ou menos significativos e que pontos modificariam. Além disso, discutir sobre o processo criativo e do trabalho coletivo.
Ao longo das aulas, é essencial observar as facilidades e dificuldades dos alunos, procurando auxiliá-los quando necessário e instigar a curiosidade para potencializar o processo de ensino-aprendizagem. Os registros criados por eles durante as aulas são essenciais para o processo avaliativo e para que o próprio aluno perceba, analise e reflita sobre seu processo criativo e desenvolvimento pessoal.
Para trabalhar dúvidas
Muitos alunos podem apresentar dificuldades ou dúvidas em relação à linguagem musical e aos seus elementos, principalmente a notação musical. Ainda que as partituras trabalhadas nas aulas sejam as não convencionais, é importante que os alunos estabeleçam um primeiro contato com a notação musical, de modo que instigue e desperte seu interesse por criar representações para os sons de forma básica, e não complexa.
Ao elaborar uma partitura criativa, o aluno percebe a importância e as possibilidades de representar e criar registros sonoros, desenvolve a capacidade de relacionar e representar sons por meio de figuras gráficas, gestos e movimentos.
O contato com a notação musical e a criação de uma partitura não convencional pode ser algo inédito para a maioria dos alunos; por isso, eles podem apresentar dificuldades e dúvidas, principalmente quanto à regência. Nesse caso, é possível sugerir pesquisas ou até mesmo apresentar alguns exemplos de espetáculos, como um concerto de orquestra e uma performance contemporânea ou experimental. Podem-se estabelecer comparações ou relações, apresentando, além das partituras não convencionais, as convencionais.
Ao apresentar as partituras não convencionais, é possível destacar como cada artista procurou criar sua representação para os sons. Se a partitura tiver uma interpretação, procurar mostrá-la, analisá-la e tentar interpretá-la juntamente com os alunos.
Ampliação
Os alunos podem explorar ainda mais a composição de sons de maneira lúdica trabalhando a sonoplastia. Pode-se propor a escolha de uma cena de filme ou desenho animado e recriar suas sonoridades (sonoplastia). É interessante que a cena apresente uma dinâmica de sons, para que os alunos possam explorar diversas fontes sonoras e ampliar a capacidade de representar e criar diversas sonoridades.
Sugere-se o filme Vermelho como o céu (Direção: Cristiano Bortone. Itália, 2006. Classificação etária: 12 anos) para abordar a sonoplastia. O filme retrata a história real de Mirco Mencacci, um renomado diretor italiano com deficiência visual. É interessante como os personagens do filme utilizam a audição, a sinestesia e poucos recursos para criar efeitos de sonoplastia a partir dos sons naturais e artificiais.
Fonte: PNLD
0 Comments:
Postar um comentário