26 abril 2021

A dança na rua e a rua na dança

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Sequência didática

A dança na rua e a rua na dança

Nesta sequência, será abordada a arte urbana como inspiração para a criação de movimentos dançados. Será proposto que os alunos realizem produções artísticas, com o uso das tecnologias digitais, explorando os diferentes espaços da escola.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Dança

Contextos e práticas

Processos de criação

Artes Integradas

Contextos e práticas

Arte e tecnologia

Competências específicas

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.

6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Habilidades

Dança

(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

(EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.

Artes Integradas

(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Equipamento para reprodução de imagens e para reprodução de vídeos.

Materiais e recursos

Caderno de desenho.

Materiais para desenho, pintura e colagem.

Câmera de vídeo ou celular com câmera de vídeo.

Computador com software para edição de vídeo.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 6 aulas.

Aula 1

A arte está presente em muitos lugares. Espaços públicos e coletivos são suporte de expressões artísticas das mais variadas linguagens. Grafites nas paredes de grandes prédios, teatro de rua, performances em lugares inusitados, instalações em parques e avenidas, lambe-lambes espalhados traduzindo protestos, estátuas vivas, rodas de dança, malabaristas nos faróis, festivais e festas de rua. Mas, afinal, qual é o lugar da arte? Onde a arte deve estar presente?

Para essa aula será necessário o uso de equipamento que reproduza imagens e vídeos. Iniciar a aula organizando os alunos sentados em semicírculo. Em seguida, explicar-lhes que eles vão conhecer um pouco mais sobre a arte urbana.

Fazer o levantamento do conhecimento prévio dos alunos perguntando-lhes se eles sabem o que é arte urbana, e, em caso afirmativo, solicitar que deem exemplos. Espera-se que relacionem a arte urbana às produções artísticas produzidas em espaços públicos como ruas, praças, praias, shoppings e, a partir da própria experiência, citem exemplos. Nesse momento, é possível promover uma reflexão sobre o conceito de espaço público.

Em seguida, propiciar aos alunos momentos de fruição com produções artísticas urbanas de diferentes linguagens artísticas, dando ênfase para a dança. Podem-se selecionar grupos e companhias de dança que se apresentam em espaços públicos, festivais de street dance, investigar grafites, pinturas e gravuras, citar as batalhas de hip-hop e rap que acontecem nas ruas, os músicos e dançarinos de rua, dentre outros.

Destacar a arte dos saltimbancos — artistas de rua que levam o entretenimento por onde passam. Explicar que o saltimbanco surgiu há muitos séculos e que se tratava de um artista de rua que, de vilarejo em vilarejo, apresentava-se em troca de algumas moedas, bem como de um prato de comida e um abrigo para pernoitar. Em geral eram apresentados números de dança, acrobacia e pequenas peças teatrais, em um palco improvisado na rua.

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Maljalen/Shutterstock.com

Grupo de artistas fazendo acrobacias em apresentação na rua.

Caso seja possível, exibir aos alunos o web-documentário Saltimbancos  O artista na rua (Direção: Camis Garcia. Disponível em: <https://vimeo.com/108717549#at=7>. Duração: 9min5s. Acesso em: 28 ago. 2018.).

Ao final da aula, discutir a relação entre artista e espectador no espaço público. Ressaltar que um caráter importante da arte urbana é a espontaneidade e a aproximação do público à produção artística. As reflexões e os registros dos alunos sobre os conteúdos das aulas podem ser feitos no caderno de Arte, bem como as respostas às questões a seguir. O importante é deixar que os alunos se expressem livremente e soltem a imaginação.

1. Você acha que existe um lugar determinado para a arte?

Espera-se que o aluno aponte que a arte pode ser produzida e apreciada não só em museus, galerias e teatros, mas também em espaços como a rua, onde também é possível desenvolver as mais variadas linguagens artísticas.

2. Por que podemos dizer que a arte urbana é para todos?

A arte urbana é desenvolvida em um espaço público (em geral nas ruas), de livre acesso a todos os cidadãos. Não é necessário adquirir ingresso nem marcar horário.

3. Considerando a arte urbana, com qual linguagem artística você mais se identifica? Por quê?

Resposta pessoal.

4. Se você fosse um artista de rua, como seria a sua arte? Como seria o seu figurino?

Resposta pessoal. Solicitar que o aluno se expresse com criatividade por meio de desenho, pintura, colagem, palavras etc. Espera-se que o aluno se inspire nas referências estéticas abordadas nos momentos de fruição e descobertas realizadas e as ressignifique.

Aula 2

No início da aula, fazer um breve resumo da aula anterior. Retomar com os alunos os principais pontos abordados sobre a arte urbana.

Organizar os alunos em grupos e explicar-lhes que vão observar as pessoas ao redor, a fim de registrar seus movimentos e suas ações.

Para isso, sugere-se que seja feito um passeio pelo entorno da escola; se não for possível, a proposta poderá ser realizada na própria escola, em horários como o intervalo, nas aulas de Educação Física, na entrada e na saída de alunos, entre outros.

Antes do trabalho de observação, é interessante investigar com os alunos as articulações do corpo, a fim de despertá-los para a consciência corporal.

Os alunos podem criar um diário de Arte para registrar suas impressões. Cabe ressaltar que os registros podem ser em forma de desenho, pintura, colagem, fotografia etc.

A seguir, sugestões de questões norteadoras para o processo de investigação:

Quem são essas pessoas?

Onde elas estão?

Como estão vestidas e o que estão fazendo?

Quais as partes do corpo que mais se movimentam?

Como são esses movimentos? Repetidos? Lentos? Rápidos? Intercalados com pausas?

Solicitar os alunos que continuem o registro fora da escola e compartilhem as pesquisas na próxima aula.

As investigações e os registros sugeridos têm como principal objetivo despertar no aluno um olhar crítico, atento e curioso pelo movimento, além de compor a inspiração para a criação de movimentos dançados nas próximas aulas.

Aulas 3 e 4

Para iniciar estas aulas, convidar a turma a expor e compartilhar suas pesquisas de movimento. Propor a análise dos registros pensando no sistema articular e nas ações corporais.

Realizar breve introdução às ações corporais exploradas pelo dançarino e teórico húngaro Rudolf Laban. Para Laban, o ser humano possui ações em comum  como andar, falar, correr, girar, saltar , que podem ser transformadas em dança; porém, cabe ressaltar que cada pessoa realiza essas ações corporais à sua maneira.

Em seguida, pode-se promover a percepção corporal e espacial a partir de experimentos com o próprio corpo em situações lúdicas, em diferentes ritmos, e assim explorar as ações corporais. Seja qual for o experimento aplicado, será preciso afastar mesas e cadeiras da sala ou, se a turma for muito grande, utilizar outro espaço da escola, como a quadra de esportes ou o pátio.

Experimento 1: Solicitar aos alunos que caminhem livremente pelo espaço, explorando todos os pontos do ambiente por cerca de três a quatro minutos. Em seguida, orientá-los a caminhar em diferentes velocidades e maneiras. Exemplo: caminhar lentamente para a frente, caminhar para trás como se estivesse pisando em pedras, correr em dupla, caminhar pisando em folhas secas, caminhar pulando poças d’água, caminhar como uma pluma. Procurar despertá-los para a percepção da temperatura, da iluminação, das cores e formas que compõem o ambiente.

Experimento 2: Deitados ou em pé, solicitar aos alunos que fechem os olhos por um ou dois minutos, inspirando e expirando lenta e profundamente. Ainda com os olhos fechados, propor que se concentrem e se movimentem a partir de comandos do professor, voltados a diferentes partes do corpo e das articulações. Por exemplo: concentrar-se e movimentar apenas os dedos da mão esquerda, movimentar as articulações do joelho, movimentar apenas o pescoço, movimentar os dedos dos pés, e assim por diante. Ao final, refletir com os alunos quais partes do corpo esticam, dobram e torcem mais, verificar se conseguiram perceber quais são as partes do corpo e as articulações mais e menos usadas no dia a dia.

Experimento 3: Em dupla ou em grupo, os alunos criarão movimentos dançados a partir de ações corporais escritas em um papel e sorteadas. Podem-se também explorar ações opostas uma à outra. Por exemplo: crescer/diminuir, correr/parar, levantar/deitar, pular/cair, descer/subir. Uma ação corporal deverá ser sorteada e todos criarão, a sua maneira, o seu movimento dançado. Ao final, propor que criem uma sequência de movimentos a partir das ações. Os alunos podem compor a sequência repetindo as ações, fazendo todos juntos, alternando entre uma ação e outra com pausas, sons etc. Ao final, compartilhar e comentar com os colegas.

Aula 5

Nesta aula, organizar os alunos em grupos e convidá-los a interagir com os espaços da escola. Com o uso de câmera de vídeo ou celular com câmera de vídeo, propor a criação de uma sequência de movimentos com a temática cidade. A proposta é explorar, criar e filmar em espaços para além da sala de aula.

É importante que os alunos relembrem as investigações e vivências das aulas anteriores e façam as próprias pesquisas corporais. É interessante que os grupos filmem vários vídeos curtos (cerca de 1 minuto cada) e guardem esses registros para a próxima aula.

Durante a produção, orientar e instigar a turma a pensar sobre o cenário em que estão filmando, o figurino, a iluminação e a trilha sonora. É interessante que o grupo delimite funções e dê autonomia a cada um durante o trabalho coletivo e colaborativo.

Aula 6

A partir das sequências de movimentos criadas na aula anterior, propor aos alunos que utilizem, se houver, os recursos da escola para compilar as filmagens. Caso não haja tais recursos, organizar a apresentação dos vídeos com e para a turma. Ao final, realizar uma roda de conversa sobre as produções. Se houver oportunidade, os vídeos podem ser apresentados também para outras turmas.

Para trabalhar dúvidas

Durante os experimentos corporais, verificar se todos os alunos estão participando. Caso algum aluno apresente timidez ou dificuldade na realização dos experimentos, oferecer-se para acompanhar esse aluno nas propostas sendo a sua dupla, por exemplo. É importante participar das propostas, pois é um referencial importante para os alunos nas aulas de dança.

Ampliação

Durante a aula, é interessante não só ampliar o repertório cultural dos alunos com referências significativas na História da Arte, como também buscar produções e artistas locais. Investigar se na sua comunidade há algum artista de rua; convidá-lo para uma visita à escola, para que fale um pouco de sua arte.


Fonte: PNLD

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